Como recuperar nascentes?

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Recuperação de nascentes degradas?

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Produção de água

O Brasil com certeza é um dos países com mais abundância de água do planeta, porém o seu consumo também é elevado, o ano de 2014 está sendo marcado como um dos anos mais críticos relacionado ao racionamento de água na região da grande São Paulo em função da falta de chuva nas localidades do afluente do sistema Cantareira.

As nascentes são consideradas afloramento do lençol freático dando origem aos corpos d’águas. A perenidade de um rio ou de uma nascente dependem de alguns fatores básicos:

  • Regime de chuva;
  • Topografia
  • Dimensão da micro bacia hidrográfica;
  • Tipo de vegetação que recobre a bacia;
  • Tipo de solo da bacia.

 Entendendo bacia hidrográfica

Sem título

A bacia hidrográfica consiste em uma área determinada basicamente por uma linha chamada divisor de águas. A chuva que precipita em uma região de bacia é interceptada pela vegetação que recobre o mesmos e passa por um processo denominado o escoamento superficial, infiltração e escoamento subterrâneo em diferentes intensidades dependendo da vegetação, tipo de solo, topografia e entre outras características.

Uma boa nascente é desejável não somente a quantidade de água produzida, porém, é desejável que tenha boa distribuição ao longo do ano, dentro de uma vazão minima adequada. A bacia, portanto, não deve funcionar como um recipiente impermeável, escoando em curto espaço de tempo toda a água recebida durante uma precipitação pluvial. Ao contrário, a bacia deve absorver boa parte dessa água através do solo, armazená-la em seu lençol subterrâneo e cedê-la, aos poucos, aos cursos d’água através das nascentes, inclusive mantendo a vazão, sobretudo durante os períodos de seca. Isso é fundamental tanto para o uso econômico e social da água.

Legislação vigente

Caderno da mata ciliar, Secretaria do Meio Ambiente, SP
Caderno da mata ciliar, SP

O Código Florestal atual, Lei nº12.651/12, no seu art. 4º, estabelece como áreas de preservação permanente:

I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

Manejo

Sem títuloO manejo adequado para recuperação de nascentes d’águas consiste basicamente na conservação ou restauração da vegetação sobre a bacia com espécies adequadas e de preferência sendo nativas locais. As raízes das plantas melhoram a infiltração de água no subsolo abastecendo o lençol freático além de melhorar as características químicas, físicas e biológicas do solo. A composição de solo e raízes da vegetação funcionam com esponjas naturais que retem grandes quantidades de água e mantem a nascente viva por muito mais tempo mesmo em períodos de estiagem. A vegetação ainda  evita ou diminui o assoreamento provocado pelo escoamento superficial de águas da chuva que compromete a funcionalidade de uma nascente.

Reflorestamento correto
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Caderno da mata ciliar, SP

Combinação das espécies em manejo de reflorestamento consiste, basicamente, em combinações de plantas a serem cultivados em estádios sucessivos de cada espécies; proporção de espécies nos vários estádios sucessivos considerados no trabalho; espaçamento e densidade dos indivíduos no plantio, e estratégia usada para a implantação das espécies.

Outro critério é considerar os grupos ecológicos, considerando como as plantas naturalmente reagem no ambiente: primeiramente, nascem as espécies pioneiras que precisam de luz para germinar e que possuem hábito de crescimento rápido, em seguida são as espécies secundárias que precisam de sombra das outras árvores para crescer, estão são plantas mais robustas de madeira mais densa, são espécies que incluem as madeiras de lei. Portanto, no plantio deve-se colocar uma linha com as pioneiras e uma linha de espécies secundárias, que vão crescer devagar sob a sombra das primeiras.

Nesses tempos de seca, fique atentos às medidas de conservação!!!

6 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom seu trabalho: felizmente as regioes aridas apistam nas piores soluçoes: adutoras, transpisiçoes de rios, barragem de espelho largo, etc….despresando totalmente que a natureza precisa de manutençao ou descanso. Nao ser estorquida continuamente apenas como fonte de consumo.
    Seu trabalha precisa chegar as politicas ambientais do semi arido!!!!

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