7 simples passos para você monitorar uma fazenda através de um computador qualquer

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É incrível como a tecnologia tem avançado em poucos anos. No campo podemos ver cada vez mais máquinas espetaculares com milhões de comandos e controles automatizados, equipamentos de medição via GPS, ferramentas web para gerenciar custos e receitas entre outros. Mas ao mesmo tempo em que essas tecnologias avançam vemos que as pessoas, normalmente, não sabem a melhor forma de utilizá-las e integrá-las para realmente ter um controle total de monitoramento da propriedade e assim maximizar a utilização eficiente de equipamentos, melhoria de processos produtivos e consequentemente elevar a lucratividade do produtor.

Pensando nisso, resolvi organizar uma maneira (não que seja a única) de monitorar uma fazenda apenas através da tela de um computador. Para facilitar ainda mais o processo resolvi dividi-las em 7 passos que, em conjunto, farão com que o gestor agrícola possa tomar decisões com segurança a qualquer momento. São elas:

1- INVENTÁRIO:

Para o primeiro passo, é fundamental que se saiba o que existe na propriedade de fato. Não apenas máquinas e equipamentos são importantes. Apesar de possuírem elevado valor agregado, itens de menor valor como os estocados em almoxarifado, calcário e adubo (dependendo da quantidade) também são muito importantes porque custaram ao produtor.

Desta forma, inventariar tudo aquilo que está dentro da porteira é extremamente importante para começar um processo gerencial. Em uma operação agrícola como preparo de solo, plantio ou colheita, o inventário é de fundamental importância para que se conduza de forma otimizada a utilização mais eficiente de máquinas e de  insumos que determinados por recomendação agronômica.

2- CONTROLE DE ENTRADAS E SAÍDAS:

Controlar tudo aquilo que entra e sai da fazenda pode parecer algo trivial para gestores rurais, porém na maioria das vezes é um processo que causa muitos transtornos se não for realizado de forma organizada. É importante controlar o estoque de peças e insumos a fim de evitar elevado valor de capital imobilizado nas fazendas, o ideal é que se tenha um mínimo de estoque “just in time”, processo totalmente aplicável caso exista histórico de dados do controle de entradas e saídas.

Grandes propriedades contam com ERPs (enterprise resource planning) que são softwares que controlam toda a produção, porém grande parte da alimentação desses sistemas contam com o auxílio humano que podem errar, ou seja, o processo ainda não é totalmente automatizado. Em pequenas propriedades o caso é ainda mais problemático, porque o controle é feito por talões, cadernetas e na melhor das hipóteses planilhas do Excel.

Infelizmente para um controle eficaz do que realmente entra e sai de uma propriedade é preciso criar uma sistematização de operações e todas elas devem ser validadas para que alimentem sistemas de forma eficaz. (Vamos falar melhor sobre isso em um post nas próximas semanas)

O uso de papel ou planilhas não é recomendado nem para pequenas propriedades. Hoje em dia existem diversas opções de sistemas de gestão na nuvem digital que por uma pequena mensalidade possibilitam a automatização desse processo e o acompanhamento do fluxo de entradas e saídas de qualquer lugar do mundo.

É impossível avançar em monitoramento se não for possível acompanhar o que entra e sai da propriedade, portanto esse passo é determinante para o sucesso do projeto.

3- MAPEAMENTO DA PROPRIEDADE:

O fator espacial é essencial para que sejam entendidos os processos agronômicos de uma propriedade. Saber condições de fertilidade química, produtividade, teor de argila, capacidade de troca de cátions, incidência de pragas e doenças para cada metro quadrado da propriedade é de fundamental importância, para tanto, levantar mapear das unidade de produção geram informações importantes para o controle total da mesma.

Para fazer o mapeamento de uma propriedade são necessários equipamentos especiais, em breve falaremos deles, neste passo o mais aconselhado é contratar uma empresa especializada para fazer esse serviço.

Além de mapear limites da propriedade e das áreas de preservação (APP e RL) é importante fazer o mapeamento de talhões, estradas, tipos de solo e altimetria. Com essas informações em mãos o gestor pode controlar todos os talhões separadamente e assim agir de forma mais específica naqueles que possuem problemas.

Outra vantagem é que fazendo o mapeamento é mais fácil conseguir crédito e adequar-se a algumas leis como a que institui o CAR (Veja aqui mais sobre o CAR)

4- MAPEAMENTO DE PROCESSOS:

Entender cada um dos processos desde o planejamento do plantio até a destinação da colheita é extremamente importante, porém, não basta que apenas o gestor estenda tudo isso. Os processos precisam ser mapeados ou identificado em fluxogramas e documentados em aplicações de gestão.

Quanto mais específico e detalhado for o levantamento dos processos produtivos e logísticos, melhor será para a administração das unidades de produção. Com isso, existe uma grande oportunidade de melhorar cada um dos processos atuais e propor novos ao identificar os gargalos que possam existir desde o plantio até a colheita, ou ainda, destinação final da produção.

Um exemplo seria para a tomada de decisão em uma propriedade produtora de grãos para identificar a viabilidade econômica  de se construir uma unidade de beneficiamento de grãos, neste caso, o que entra em jogo é saber se é melhor ao empresário vender os grãos com impurezas e umidade implicando em descontos valor do produto ou se é vantajoso investir na unidade beneficiadora para agregar valor ao produto. Com alguns estudos é possível chegar a uma conclusão de viabilidade econômica e identificar se perdas de grãos úmidos e impurezas é suficiente para pagar um equipamento de secagem, beneficiamento e armazenagem dado um período de “Pay Back”.

Assim como no exemplo, inúmeros processos são necessários desde que é planejado plantar-se algo até o momento que recebe-se o dinheiro pela venda do mesmo, portanto existem inúmeras possibilidades de melhoria.

5- GERENCIAMENTO DE PESSOAS:

É muito comum ainda no meio rural a função do “faz tudo”, mas ao mesmo tempo está cada vez mais difícil a contratação de trabalhadores para o campo. Além de diversos fatores, a falta de especialização do trabalhador rural faz com que ele não tenha um plano de carreira e, assim, não veja perspectivas no trabalho rural.

Depois dos processos mapeados, é possível identificar qual profissional é necessário para se alocar a cada função e assim buscar ou formar mão-de-obra especializada para um determinado cargo.

A partir desse momento é possível saber o que a propriedade tem, o que ela faz e como ela faz e quem faz cada uma das tarefas e aonde elas acontecem. Ou seja, o controle está nas suas mãos e você consegue monitorar os processos da fazenda. Falta ainda monitorar as culturas em campo.

6- MONITORAMENTO DE CULTURAS:

O monitoramento das culturas depende de qual a cultura e qual a extensão do plantio, ela deve ser realizada através de sensores.

Em plantações de uva por exemplo, os sensores estão instalados na plantação e transferem dados remotos via wi-fi para uma central que levam esses dados para um sistema que transforma em informação para o gerente agrícola.

Em culturas plantadas em larga escala como por exemplo soja, milho e cana-de-açúcar, a instalação de sensores em campo pode ser inviável e assim são utilizados sensores remotos. Dependendo da escala é possível utilizar VANTS (leia mais aqui) e satélites (veja o trabalho da GeoCrop). Com o processamento das imagens e uso de dados climáticos são geradas equações que mostram a situação do campo em tempo quase real.

Ao fim dessa etapa é possível saber como andam os processos, as tarefas e a cultura. Para fechar o ciclo ainda é preciso entender como escoar a produção e qual o status desse serviço a qualquer momento.

7- RASTREAMENTO DA FROTA:

Ter todas as máquinas, veículos leves e caminhões equipados com sistemas de rastreamento faz que o gestor possa remanejar as mesmas sem que haja muitos traumas ao restante das operações, como por exemplo nas operações de colheita mecanizada de grãos para se determinar o número de transbordos e caminhões nas frentes de colheita. Outra forma de aplicação é o rastreamento de veículos a fim de que  deslocamentos desnecessários possam ser conhecidos.

PLATAFORMA DE INTEGRAÇÃO

Tendo em mãos todas essas informações é necessário integrar todas elas. O ideal é um ERP que tenha um viés espacial. Para isso existem as aplicações WebGIS. Elas possuem duas vantagens podem ser acessadas e editadas de qualquer dispositivo com acesso à web e possuem caráter espacial, ou seja, tudo é expresso em função da localização.

Esse é o jeito que nós da InteliAgro fazemos o monitoramento de propriedades. Você faz diferente? Escreva para nós e vamos trocar informações!

8 COMENTÁRIOS

  1. Olá Daniel, estamos passando por um processo de sucessão familiar e o objetivo é agregar a tecnologia ao que vem sendo aplicado, você poderia nos indicar um software de gestão agropecuária, que não fosse muito oneroso e tivesse bons resultados. Somos fornecedores de cana e gado de corte.

  2. Bom dia Daniel tudo bem,trabalhamos com gado e grãos(soja e milho)você sugere algun software para que possamos gerir nossa fazenda com mais tecnologia e rentabilidade possível ou vocês da InteliAgro dão algum tipo de suporte ou assistência nessa área,se puder me informar desde já agradeço,abraços

    • Bom dia Miguel, tudo bom e contigo?

      Passa um e-mail para nós (contato@inteliagro.com.br) explicando melhor o tamanho da sua propriedade e como vocês fazem a gestão hoje e podemos trocar figurinhas!

      Abraços

  3. bom dia Daniel.
    tive minha chacara invadida,roubo de animais e pequenas maquinas. preciso de cameras que possa identificar invasores. e que possa saber da invasao em tempo real, mais registro dos acontecimentos.
    o que voce me indica?
    ]

  4. Boa tarde Daniel!

    Herdei 10% de uma área de 319 hectares, fizemos um contrato de comodato junto ao caseiro.
    Não tenho experiência nesta área, comecei a procurar entender agora. O contrato de comodato é feito na confiança, o caseiro pode ter 20 cabeças de sua propriedade e mais 10 por meio de aluguel ou arrendamento ficando com todo o lucro. A partir de 31 cabecas em diante, o lucro vai para os donos da terra. Como saber se o caseiro está agindo corretamente por que as terras ficam a 1300 km de distância de SP capital e por causa do trabalho aqui só fica difícil aparecer por lá. Como eu devo começar pra conseguirmos evoluir? Fazenda em semiárido Mineiro.

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