Entramos hoje na última semana da corrida presidencial e, na próxima segunda-feira, já saberemos que irá ocupar o cargo máximo da república. É difícil ficar neutro quando muito está em jogo, por isso não terei receio de expor a minha opinião, que necessariamente não precisa ser igual a dos outros integrantes do Inteliagro, e espero que o leitor também. Faço isso pelo fato de que nos últimos anos, apesar de ser responsável pelo equilíbrio da balança comercial e de puxar o crescimento do PIB, o produtor rural e o agronegócio estão sendo sistematicamente agredidos pelo governo federal, vitimas de um rancor ideológico irracional.
O primeiro ponto que desejo tratar é a insegurança física e jurídica no campo. É difícil de esquecer as cenas de destruição após a invasão do viveiro da Aracruz Celulose no RS por membros da Via Campesina ou então do trator derrubando 5 mil pés de laranja em uma fazenda invadida da Cutrale (ver vídeo abaixo). O aparelhamento do INCRA e de outros órgãos federais (como a FUNAI) por militantes engajados tem causado enormes prejuízos financeiros e pessoais ao setor, colocando em risco a segurança das milhões de famílias que vivem e trabalham no campo. Sem dúvida o ápice desse desejo autoritário do “partidão” foi a elaboração do decreto n° 8243/2014 (Política Nacional de Participação Social), que na prática institui, entre outros absurdos, comitês para discutir litígios no campo, ou seja, os tais movimentos sociais tem o poder de opinar se a terra que eles invadiram deve ser devolvida ou não. É uma afronta direta à Constituição Federal e ao bom senso.
Mas a infâmia não para por ai. Ela também atinge o principal gerador de divisas externas do país: a exportação de commodities agrícolas. Não estou falando das estradas sucateadas, ferrovias paralisadas e portos construídos em Cuba enquanto os nossos continuam às minguas. Quero falar da incapacidade do nosso governo atual em costurar novas alianças comerciais com economias importantes, já que desde a criação do Mercosul o Brasil fechou apenas 3 acordos bilaterais, dos quais somente o com Israel ainda está vigente. Recentemente o país tem se mostrado incapaz de fechar um importantíssimo acordo comercial com a União Europeia e pelo desenrolar das negociações, os EUA irão conquistar nosso espaço. A política externa medíocre de aproximação ao que o mundo tem de pior a oferecer, tem impactado diretamente nas nossas exportações. É o esperado de um governo que berra para Washington, mas é mansinho com Caracas.
Eu poderia passar a tarde toda elencando todo o desprezo que o partido da situação tem pelo agronegócio brasileiro, mas farei diferente: direi o que nós merecemos do governo. Merecemos um governo que não nos atrapalhe, afinal da porteira para dentro nós somos eficientes, trabalhadores, honestos e, apesar das dificuldades que enfrentamos todos os dias, amamos nossa profissão. Merecemos um governo que respeito tudo que criamos e conquistamos, seja nossa terra, moradia e família. Evidentemente não somos contra a redistribuição de terra no campo, queremos apenas que ela seja feita de maneira séria e sem prejuízo a aqueles que eram os antigos proprietários. Merecemos serviços públicos de qualidade, afinal pagamos bem caro por isso. Por último, a agricultura merece um governo que seja parceiro e não inimigo, totalmente livre de ideologias e rancor. Peço aos leitores que não tenham medo de expressar o descontentamento com o que está aí e que neste domingo caminhem às urnas para defender nosso país, afinal o que está em jogo é o nosso presente e o futuro de todos.