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Porque soa tão amador falar “Foto de Satélite”

Câmera

Durante esses anos que trabalho com sensoriamento remoto, por muitas vezes ouvi a expressão “fotos de satélite” e confesso que soa tão mal aos ouvidos de um especialista que quem falou isso passa a ser visto como um amador.

Na verdade, para leigos, a expressão não é tão absurda assim. Ao olhar para imagens de alta resolução do Google Earth, elas realmente parecem fotografias aéreas, porém satélites possuem sensores e não câmeras, os sensores não possuem foco ou obturador, possuem características projetadas por anos para atender a uma certa gama de alvos determinados pela missão que fazem parte.

Desta maneira, falar imagens de satélite soa melhor e é mais correto do que fotos de satélite. Assim como fotos aéreas podem ser usadas e soam melhor que imagens aéreas!

Agora você sabe quando usar a palavra foto e a palavra imagem?

O que é talhão?

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Interrogação

Para nós que trabalhamos com agricultura pode parecer uma idiotice essa pergunta, porém milhares de vezes já me deparei conversando com alguém e a pessoa ficar com uma cara de interrogação quando falo a palavra “talhão”.

Segundo o dicionário online Aulete, talhão é : Porção de terreno entre dois regos ou sulcos destinado a cultivo

Talhão nada mais é do que a unidade mínima de cultivo de uma propriedade que é construído com base em relevo e planejamento de mecanização.

Em cana de açúcar os talhões são criados contornando as curvas de nível e com comprimento ideal para preencher a capacidade de um transbordo. Para grãos no Sul e Sudeste segue-se a mesma lógica. Já no Centro-Oeste por ter um relevo mais plano a variável mais importante é a capacidade das colhedoras.

Na tentativa de explicar para “pessoas da cidade” o que era essa palavrinha em questão, o melhor feedback que tive foi: “imagina um quebra-cabeça sendo a plantação e o talhão é uma pecinha desse quebra-cabeça”. É um jeito bem simplista mas ajuda a entender.

Provavelmente se você leu até aqui é porque não sabia o que era um talhão. Agora deu para entender?

O Agro Brasileiro na Mira dos Investidores do Vale do Silício

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Ao ler o título você pode ter pensado que esse post é uma bobagem. Porque investidores de T.I. e internet investiriam na agricultura? Para diversificar sua carteira de investimentos? Para ter mais solidez?

A resposta disso tudo é simples: o Agro brasileiro precisa de uma modernização urgente e essa modernização em grande parte envolve T.I. e internet.

Essa constatação vem depois de uma viagem para lá com uma comitiva brasileira e que pude notar que a Copa do Mundo não é o que chama atenção para o Brasil em 2014, mas sim o desempenho muito bom do PIB agrícola em 2013 que faz com que muitas oportunidades de melhorias surjam no campo. Os investidores buscam soluções digitais para problemas que persistem na agricultura até hoje e que necessitam de uma intervenção urgente.

Alguns negócios no país que seguem essa linha são:

KPI Farm

É uma plataforma de gestão e planejamento de safra para pequenos e médios agricultores. Com essa solução eles passam a ter controle de tudo o que gastam e ganham com cada talhão da propriedade e isso fica armazenado na nuvem, podendo ser acessado de qualquer lugar.

BIA Technology

É uma plataforma completa para análise da qualidade do leite em segundos. Integra sensor de bioimpedância, controle via smartphone e uma plataforma de consulta na nuvem.

Hectare

Faz a otimização do manejo de culturas irrigadas. Através da integração de sensores, previsão do tempo e dados históricos, o sistema faz a tomada de decisão de irrigar ou não a cultura e quanto de água usar.

GeoCrop

É a última mas não a menos importante. É minha empresa e nosso produto principal é um sistema de monitoramento agrícola via sensoriamento remoto. Com ela todos os players do agronegócio podem acompanhar em uma plataforma web o que acontece na fazenda em tempo real, estejam eles em campo ou dentro de um escritório corporativo. Assim é possível localizar perdas de produção e agir ou ponderar para a previsão de safras.

 

Você acha que pode solucionar algum problema do campo usando tecnologia? Talvez essa seja a hora de empreender!

O que é possível fazer com um mapa georreferenciado de uma propriedade

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Nos últimos meses muitos produtores estão com uma dúvida: é possível fazer algo mais com o levantamento georreferenciado dos limites da propriedade além de atender à legislação?
A resposta é: sim, muitas coisas!
Vou elencar as cinco mais úteis:
1- Histórico do que foi produzido na área;
2- Levantamento altimétrico;
3- Mapeamento da aptidão agrícola de cada área da propriedade;
4- Criação de um monitoramento contínuo das culturas;
5- Planejamento da readequação ambiental.

Se o produtor puder contar com todos esses produtos vai perceber que o georreferenciamento é muito mais útil do que apenas um atendimento à legislação vigente.

A agricultura precisa temer o “El Niño”?

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Mal a WMO (World Meteorological Organization) publicou seu boletim com a possível ocorrência do “El Niño” em 2014 que notícias começaram a circular que a agricultura sofreria mais uma vez  logo após ter encarado essa seca prolongada durante o verão. Na verdade, a incidência do fenômeno durante o inverno no país tem grande importância na região Sul. Com o aquecimento das águas do pacífico o regime de chuvas é alterado e o inverno fica muito mais chuvoso nos estados sulistas. A boa notícia é que o fenômeno tem grandes possibilidades de ocorrer no segundo semestre e é uma época em que poucas culturas estão em campo (trigo e cevada).

Por conta disso previsões de que a colheita de cana no Centro-Sul seria interrompida ou que a safrinha de milho seria arruinada, têm poucas chances de realmente virarem realidade. Mesmo assim, uma maneira dos agricultores estarem menos susceptíveis ao risco de perdas de safra é fazerem um monitoramento climático regional para plantarem com menos incertezas.

Um ponto positivo do “El Niño” para a agricultura é que ao aumentar as temperaturas do país durante o inverno, a incidência de geadas é reduzida e assim culturas como o café tem menos perdas durante o inverno.

Pequeno Grande Passo

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Como suprir a demanda por alimentos em um mundo em transformação que abrigará 10 bilhões de pessoas daqui a 50 anos? Se você pensou com pequenos passos, acertou. Na agricultura, a engenharia genética começa a mostrar seu potencial, alterando a maneira que cultivamos nossos alimentos e como produzimos matérias primas. Se as transformações dos séculos XIX e XX ocorreram nas trilhas de grandes máquinas, as transformações atuais mal serão vistas, no entanto seus impactos serão gigantescos.

Modificar a genética de um ser vivo não é algo recente, há milênios que os humanos escolhem os melhores grãos para o próximo plantio ou a melhor cor de uma cenoura para homenagear a casa real holandesa. Todavia, estas alterações dependem mais da aleatoriedade da mutação genética do que do planejamento delas. A grande revolução que estamos vivendo surgiu a partir das novas ferramentas de manipulação do código genético dos seres vivos, tornando as alterações das características mais precisas e praticamente instantâneas.

Com a crescente demanda por alimentos e matérias primas, as culturas estão sendo projetadas para resistirem à ação de pragas, herbicidas e condições climáticas adversas, reduzindo os custos de produção e aumentando a produtividade da lavoura. Um exemplo é a soja resistente ao glifosato, permitindo que a ação do herbicida seja restringida às plantas invasoras e que as plantas cultivadas se desenvolvam sem interferência. Outra mostra recente do que a engenharia genética é capaz está na alteração dos genes do choupo (árvore presente em florestas boreais) para que ela produza menos lignina e mais açúcares, facilitando o processamento enzimático e aumentando a produção de biocombustíveis.

Apesar de toda expectativa que esta tecnologia oferece, é preciso fazer uso da cautela para que as coisas não fujam do controle. Chegará o momento em que o amadurecimento da tecnologia nos permitirá produzir mais alimentos com menos recursos, trazendo benefícios  para os bilhões que hoje passam fome mas sem agredir o meio ambiente.

Cuidados com o óleo hidráulico – Máquina de flushing

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Atualmente, a utilização do sistema hidráulico em máquinas e equipamentos agrícolas é cada vez mais comum, sua utilização é amplamente realizada em atuadores hidráulicos para a movimentação e ou elevação de cargas baseado no principio de Pascal para fluido Newtonianos, além de serem importantes no processo de lubrificação e arrefecimento do sistema. Nas ultimas décadas com o advento de máquinas agrícolas automotrizes, o sistema hidráulico tem sido utilizado também em sistemas de transmissão hidrostática com a aplicação de motores hidráulicos. Hoje em dia, máquinas como colhedoras de grão, colhedoras de cana-de-açúcar e pulverizadores autopropelidos por exemplo constituem na sua maior parte de sistemas hidráulicos e elétricos e em menor parte porém não menos importante de sistemas mecânicos e pneumáticos.

A limpeza do fluido hidráulico, portanto, é de grande importância. As impurezas, sejam de natureza sólida ou líquida, danificam o sistema causando perdas de eficiência de seus componentes. Embora todo o sistema seja composto de vários filtros, sua contaminação ao longo da jornada de trabalho é quase inevitável, ainda mais se tratando de operações agrícolas.

Uma das alternativas muito utilizado é a máquina de flushing. Ela é um equipamento que realiza a filtragem do óleo hidráulico, pode-se afirmar que é um tipo de filtro externo composta basicamente de um conjunto de mangueiras, filtros e um conjunto motobomba que constitui basicamente de um motor elétrico e uma bomba de engrenagem.

Quando a máquina de flushing é utilizada?

A utilização da máquina de flushing é recomendada  para o abastecimento de óleo hidráulico de transmissão, o óleo que normalmente é comprado em tambores metálicos de 200 litros podem conter impurezas provenientes das pancada que o tambor recebe durante o transporte desprendendo parte metálicas de sua parte interna.

Outro tipo de utilização recomendada é mediante a uma análise de partículas do óleo hidráulico, quando a análise apresentar com resultado um óleo com grau de impureza fora do especificado para trabalho do mecanismo da máquina em questão. Dependendo do caso ela ainda pode ser aplicada de forma periódica como uma forma de filtragem extra para garantir o bom funcionamento de todo o circuito,

A máquina de flushing pode ser comparada a um processo de hemodiálise na qual o sangue é filtrado através de um aparelho retirando suas impurezas. Óleos hidráulicos livres de impurezas garantem maior vida útil dos componentes da máquina e melhoram o rendimento do mesmo.

Planejamento de cooperativas de grãos a partir de imagens de satélite

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Pode até parecer algo desnecessário a primeira vista, mas as cooperativas de grãos durante a safra sofrem com dois problemas que embora opostos são ruins na mesma intensidade. O primeiro problema é quando chegam muitos caminhões repletos de grãos ao mesmo tempo no pátio da cooperativa e os secadores não dão conta de processar todo esse grão em tempo. Já o segundo é quando no meio da safra deixa de chegar grãos e os secadores ficam ociosos.

Apesar de técnicos agrícolas e agrônomos das cooperativas percorrerem as propriedades dos cooperados, é impossível que eles visitem todas as áreas de plantio e nem sempre os produtores passam a informação exata de quando foi plantada e quando será colhida. Por conta disso o monitoramento das áreas por imagens de satélite faz com que a cooperativa saiba com exatidão quando cada um dos cooperados plantou e irá colher.

Esse monitoramento é feito a partir de uma análise multi-temporal de diferentes índices de vegetação que destacam a senescência das plantas e indicam o momento que cada propriedade estará colhendo.

Em posse dessas informações, a cooperativa pode organizar melhor sua equipe nas unidades de secagem e armazenamento e ainda alertar os cooperados para que eles colham de maneira organizada.

No Brasil ainda poucas cooperativas adotam esse monitoramento, apesar de quase todas possuírem o mapeamento das propriedades. Àquelas que adotarem uma metodologia de planejamento das unidades de beneficiamento e processamento a partir de imagens de satélite, conseguirão diminuir suas perdas e aumentar a lucratividade.

Colheita da soja vai chegando ao fim no Paraná

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Após diversas previsões otimistas e pessimistas, a safra de verão da soja vai chegando ao seu fim com a colheita total de quase todas as regiões produtoras.

A equipe da InteliAgro foi visitar algumas propriedades da região de Ponta Grossa na semana de 7/4/2014 e constatou que a região sofreu perdas por conta do regimes diferenciado de chuvas deste ano. Os produtores estão colhendo em média 52 sacas por hectare, número bem inferior às 60 sacas que colhem em média em anos com chuvas adequadas.

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O ponto positivo foi que com o clima mais seco, a incidência de pragas foi menor e o ritmo de colheita tem sido favorecido, sem interrupções por mau tempo.

Desta forma, vai chegando ao final mais uma safra de soja sem que o Brasil supere os EUA como principal produtor do grão. Será que 2014/15 trará melhores condições e o país finalmente consolidará a liderança?

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Uso eficiente de água e energia na irrigação

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Estamos no início do outono e o retrato que temos do verão que passou é de chuvas em excesso no norte do Brasil e de chuvas abaixo das médias históricas nas regiões mais meridionais. Com o período de estiagem se aproximando, as chances de reverter o atual quadro dos níveis baixos dos reservatórios são bem pequenas, elevando o prognóstico de racionamento de água e energia elétrica. Se a agricultura é responsável por algo entorno de 70% de toda água utilizada pelo homem, como podemos diminuir nosso impacto no uso destes recursos? A resposta é eficiência.

A eficiência da irrigação é a razão entre a quantidade de água realmente utilizada pela cultura e a quantidade de água captada e ela é, em escala global, próximo de 40%, evidenciando o enorme desperdício associado a pratica da agricultura irrigada. Evidentemente as perdas não se resumem apenas à água, mas também ao uso de eletricidade (que em nosso país é predominantemente gerada por hidrelétricas), defensivos, fertilizantes e em produtividade, já que o excesso de água tem impacto direto no surgimento de pragas e atrapalha as trocas gasosas no sistema radicular.

As principais ações para aumentar a eficiência da irrigação consistem em adequar os equipamentos e o manejo. O primeiro está atrelado ao projeto e dimensionamento correto do sistema de irrigação, além da subsequente manutenção do mesmo. O segundo engloba o treinamento adequado dos profissionais que irão operar o sistema e a coleta precisa de dados para a elaboração de balanço hídrico realista.

Implantado corretamente, o manejo eficiente da irrigação pode gerar uma diminuição de 20% no consumo de água e de 30% no uso de energia, além das melhorias de produtividade. Nestes tempos de escassez de água, o uso racional dos recursos hídricos é dever de toda a sociedade, sem exceções.