O que é Meiosi na cana-de-açúcar?

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Embora quem é do setor da cana-de-açúcar saiba o que é essa tal de meiosi, a prática ainda é pouco conhecida ao redor do país.

meiosi
Fonte: NoticiasAgricolas

Tenho certeza que se veio procurar esse tema e chegou até essa publicação, você já deve ter visto a típica cena de uma linha de cana solitária em meio a outra cultura ou até mesmo a palhada. Essa é de fato a típica cena que você encontra quando existe a meiosi.

Mas o que de fato é meiosi? Nada mais é que um método de plantio onde o material que vai servir de material original para toda a área. Ou seja, a cana que vai gerar o novo canavial não precisa de um viveiro separado, ela é multiplicada na própria área.

Meiosi é a contração de todo Intercalar-rotacional Ocorrendo SImultaneamente e foi proposto pelo Dr. José Emílio Teles de Barcelos em 1984 quando ainda pesquisador da PLANALSUCAR. A grande dúvida é porque um método com mais de 35 anos está sendo amplamente usado nos últimos 3 anos?

A resposta parece óbvia mas não é tão intuitiva. Nos anos 80 as tecnologias de posicionamento (uso de GPS para simplificar) não existiam, nos anos 90 e 2000 não eram acessíveis a todos, algo que hoje já é corriqueiro, ou seja, plantar as linhas que mais tarde irão se tornar muitas outras linhas de cana de maneira exata respeitando-se as mesmas distâncias entre elas é algo que fica fácil nos dias atuais mas era muito difícil sem as ferramentas de automatização de posicionamento nas máquinas. Outro ponto importante foi a popularização dos MPBs(Mudas pré-brotadas) que faz com que seja possível levar para novas áreas material de qualidade sem a necessidade de tratamento dos colmos para montagem de viveiros.

O plantio em meiosi é feito da seguinte maneira:

  • Escolhe-se a área e a variedade de cana que será introduzida;
  • Verifica-se a época que a área estará disponível para plantio, tipo de solo e clima da região;
  • Define-se a partir dos critérios levantados a taxa de multiplicação;
  • Planta-se as linhas mãe (as linhas que falamos anteriormente) espaçadas de acordo com a taxa escolhida;
  • De preferência planta-se uma cultura de verão (soja, amendoim, crotalária, etc) entre as linhas;
  • Colhe-se a cultura intercalar;
  • Desdobra-se a cana das linhas mãe (com 6 a 9 meses de idade) nas demais linhas sulcadas entre elas.

Esse procedimento tem diversas vantagens como garantir que serão utilizadas mudas de qualidade, melhoria da qualidade do plantio (já que a desdobra é em geral manual), facilidade logística de ter as mudas no local do plantio, desocupação das áreas de viveiro para moagem e por fim melhorar o manejo varietal garantindo que variedades possam ser introduzidas com maior agilidade.

Alguns pontos de atenção são a necessidade de irrigação dependendo da época do plantio das linhas mãe, cuidado com controle de daninhas e o tempo de ocupação da terra com áreas ociosas (caso não seja feita uma cultura intercalar com interesse comercial). Deve-se pesar os pontos positivos e negativos a fim de garantir o melhor aproveitamento possível da técnica.

Se você quiser saber mais sobre o método de maneira técnica, tem um material do CTC que é excelente e vale a leitura Baixe aqui

A Agricultura Digital já é uma realidade e você está de fora…

Se você leu esse título e clicou para ver o texto é porque realmente esse é um problemão na sua vida. Mas fique tranquilo porque não estou querendo apenas te apavorar, quero mostrar para três formas de não deixar isso destruir sua carreira.

Eu lembro que cinco anos atrás ainda estávamos lá no meu ambiente de trabalho discutindo como Internet das Coisas iria revolucionar a agricultura de precisão e essa era uma conversa altamente tecnológica e cheia de desafios. Hoje esse mesmo assunto é papo de boteco até mesmo para quem não é do agro. As tecnologias estão evoluindo muito rápido e quem deixar isso passar sem se envolver será de fato um profissional sem utilidade nos próximos anos. E olha isso não é papo de quem é alarmista e nem nada disso, veja você mesmo hoje em dia como estão os Baby Boomers que não quiseram aprender a usar um computador. vinte anos atrás

Na agricultura existe uma mítica de que tudo anda mais devagar e que essas tecnologias que andam por aí vão demorar uns 15 anos para começarem a chegar. Pois é, isso é um mito que já está caindo por terra. Aliás, para viver da terra o homem terá que ser cada vez mais eficiente e competitivo porque ele vai precisar alimentar bilhões de pessoas nos próximos anos.

Esse motivo de alimentar esses bilhões de pessoas é que motiva toda uma revolução. O mundo tem uma quantidade limitada de terras disponíveis e produzir o máximo possível com o menor custo econômico, ambiental e social é o que fará a diferença.

Eu mesmo me vi em meio a essa problemática por conta desse aspecto. Trabalhava com sustentabilidade para biocombustíveis e o ponto da virada nesse assunto era poder otimizar a produção agrícola para ter muito mais biomassa por área do que se produz hoje. Como fazer isso? Só adotando tecnologias e a digitalização de processos é o que vai integrar todas as tecnologias fazendo com que elas entreguem o melhor em função de otimizar produção.

E para digitalizar processos eu tenho que ser um especialista em TI (tecnologias da informação)? Claro que não! Obviamente esses profissionais são necessários no processo, mas como acabei de dizer, isso é um processo! Para que um processo tenha sucesso são necessárias diversas competências trabalhando em prol do objetivo comum. Você que está no agro e que quer estar no meio dessa transformação, precisa ser um conhecedor do objetivo e dos meios. Conhecer as técnicas será de responsabilidade de cada um, seja essa técnica TI, solos, água, finanças, máquinas, plantas, adubos, etc, etc e etc!

Mas vamos lá então para a minha chamada no início do texto! Se a agricultura digital está aí e eu disse que você está de fora, você provavelmente quer saber como não ficar de fora, correto? Vou listar aqui para você três passos para que possa começar esse novo ano com uma nova perspectiva e pronto para os desafios que estão por vir! E eu tenho certeza que esses passos vão até te assustar porque estão aí ao seu alcance agora mesmo, não precisa ter nenhum esforço sobrenatural para não ficar mais de fora, é só querer de verdade! Vamos lá?

  1. Leia, ouça e assista TODOS OS DIAS algo a respeito

Parece natural, mas não é. O método de ensino ao qual fomos submetidos nos moldou a sermos passivos para o aprendizado, ou seja, vamos para a escola e o professor ensina. Se queremos mais fazemos uma faculdade e o professor ensina. Se queremos ainda mais fazemos uma pós-graduação e o professor ensina.

Esse tipo de educação é efetiva mas não é mais uma realidade hoje. O mundo digital nos deu a possibilidade de dar voz a todos e grandes especialistas que não eram professores mas tinham muito a dizer. Hoje você encontra especialistas em muitos temas escrevendo artigos em blogs, gravando podcasts e ainda fazendo vídeos para o YouTube. Porque não aprender com quem vive o campo de batalha de fato? Eu tenho certeza que buscar por esses materiais sobre agricultura digital farão você entender pelo menos o porquê esse assunto ainda te deixa desconfortável e ver que não é um bicho de sete cabeças.

Não vou dar nenhuma dica aqui de quem eu leio, ouço ou assisto. Esse é um processo só seu. Faça uma busca e entenda quem tem um perfil que mais te agrada e que te parece ser relevante.

Faça um desafio com você mesmo. Antes de ir para o passo dois passe pelo menos quinze dias seguidos consumindo algum conteúdo do tema e analise como essa experiência foi para você!

2. Vá em eventos e seja ATIVO

Existe uma enxurrada de eventos para o agro. Quem não gosta de tirar um dia fora do escritório, ouvir pessoas diferentes e ter um happy hour no final do dia não é? Sim isso é bastante agradável, mas será que faz diferença para você e sua carreira?

Eventos precisam ser dolorosos para valerem a pena. Assista as palestras provocando a você mesmo ter pelo menos uma pergunta daquele tema. Isso te mantém atento em tempo integral. Interaja com os palestrantes e com a plateia. Veja alguém que você nunca viu na vida e pergunte o que ele faz, repita isso muitas vezes. Um evento pode ser uma mina de ouro para sua rede de contatos e para que você entenda a relevância da agricultura digital para todos que estão ali.

Acha que eventos são muito cheios e muito caros? Hoje temos outros tipos de eventos menos glamurosos, mas tão efetivos quanto. Os famosos meetups, são eventos de menor porte, duração curta e que tratam de um tema específico para juntar pessoas que tem aquele interesse em comum. Esse tipo de evento é fantástico porque muitas vezes ele traz pessoas que tem os mesmos interesses que não estão no seu radar profissional ainda.

E se não existirem meetups na minha região? CRIE um! Eu aqui em Campinas tive essa experiência. Em 2017 não existia nenhum na cidade para discutir agricultura digital aí eu juntei alguns amigos e criei um. Três anos depois ele virou uma comunidade e geramos conexões importantíssimas para todos que vão aos eventos! Não importa se não conhece muito do assunto, você pode convidar palestrantes que conheçam e isso vai fazendo a roda girar. Comunidade é fundamental para não ficar de fora da revolução digital. Assim como a dica anterior, não vá para a dica seguinte sem pelo menos ir a um evento e seguir essas dicas!

3. Suba de nível suas HABILIDADES

Para que você seja relevante e não fique de fora você precisa subir de nível suas habilidades. É algo como passar de fase em um game ou subir de faixa em uma arte marcial. Você já tem a sua especialidade e precisa ser ainda melhor tendo o foco de ser ainda mais especialista para a agricultura digital. Ficou um pouco vago isso? Vamos para um exemplo então: você é um especialista em adubação e sabe como ninguém recomendar qual é a melhor adubação para cada cultura em cada momento. Você para subir de nível pode tentar entender como sensoriamento remoto pode ser uma ferramenta e tanto para você, fazendo com que você não perca qualidade nas recomendações e ainda ganhe escala no que consegue fazer. Para subir para o próximo nível você vai entender como isso pode conversar com outros sistemas e máquinas numa propriedade para que a recomendação chegue de fato ao adubo aplicado de forma rápida. Subir para outro nível é você saber gerir esses recursos todos para otimizar e fazer com que eles possam acontecer automaticamente em algumas situações. Isso que que eu chamo de subir o nível. Não é simplesmente você conhecer mais profundamente um novo adubo, não é fazer mais experimentos. É fazer diferente do que você já faz.

É algo que parece intuitivo, mas não é nenhum pouco. Essa dor de entender o como passar para a próxima fase é algo que todas as pessoas têm e buscar um apoio nessa jornada é extremamente importante. O apoio pode ser das diversas formas possíveis seja um grupo de discussão na empresa, as pessoas mais próximas dos seu ciclo profissional, livros, cursos e etc. Algo que mostre como alguém já fez ou como que se faz para poder dar a mão e ir juntos nesse caminho da maestria profissional.

Assim como na dica anterior, eu senti um pouco de falta disso e junto com alguns amigos lançamos um treinamento simples mas que vai direto ao ponto para provocar e mostrar quais são os caminhos para entender, viver e aplicar a agricultura digital numa fazenda. É o nosso programa de treinamento Fazenda 4.0 (SAIBA MAIS AQUI). Assim como o nosso você pode encontrar diversos outros focados em alguma área que você tenha maior interesse e esse tipo de apoio pode te dar um rumo quando tudo parece ainda confuso.

Enfim, como eu falei lá no começo desse texto, esses três passos são muito simples e você pode começar hoje mesmo sua jornada pela agricultura digital. Não é fácil mas pode ser bastante simples, basta ter a mente aberta para isso e ter disciplina. Topa fazer um teste e ver se vale a pena? Tenho certeza que esse pode ser o próximo passo em direção a sua carreira de pleno sucesso.

Chegou a hora de se planejar para o próximo ano!

Apesar de as chuvas regulares terem começado a pouco mais de um mês, é preciso se planejar agora para a próxima seca. Se antecipar para a próxima estiagem, minimiza a exposição a volatilidade de preços e reduz os riscos do negócio.

Desse modo, o assunto ganha ainda mais importância pelo atual momento em que estamos vivendo, com os preços da arroba que chegou a patamares nunca vistos. À primeira vista essa elevação poderia indicar, intuitivamente, um aumento da lucratividade do pecuarista. A verdade é que não é bem assim. O aumento dos preços da arroba puxa os custos de toda a cadeia produtiva, desde a reposição de bezerro, até o milho que é utilizado na ração. É preciso muita atenção para não acabar entrando no negócio em um momento de euforia. A história do agronegócio nacional já presenciou algumas vezes esse efeito, com diversos produtores aventureiros que acabaram sem o retorno esperado.

Nesse contexto, um bom planejamento para mitigar os riscos da atividade nunca fez tanto sentido. Além da mitigação de risco de mercado com a aplicação de hedge no mercado a termo e no mercado futuro, o produtor pode se proteger dos riscos climáticos com um bom planejamento do rebanho.

Por onde começar?

Na verdade, a conta é bem simples. Mas precisamos de dados confiáveis para executar essa tarefa de forma bem-feita.

Primeiro, projeta-se o rebanho futuro. O pecuarista precisa prever a entrada e saída dos animais ao longo do ano, além da projeção do ganho de peso. No caso da cria, estabelecer estratégias de concentração de nascimento dos animais e organizar o melhor período para estação de monta. No caso da recria e engorda, é preciso se programar quanto a época ideal de compra e venda de animais.

Com a projeção das categorias e do número de cabeças ao longo do ano, pode-se orçar a demanda de alimentos.

Para isso, é fundamental conhecer a capacidade de produção de alimentos dentro da fazenda.

Após o balanço, caso a produção não seja suficiente, busca-se alternativas para ajustar a capacidade de suporte da fazenda à projeção do rebanho. Dentre as alternativas mais comuns podemos citar a vedação de pastos no terço final do período chuvoso, a produção de silagem, a sobressemeadura com forrageiras de inverno, a irrigação, a adubação nitrogenada, a compra de ração e volumosos e a venda de animais.

Exemplificando:

Para exemplificar esse planejamento, fiz uma simulação com os dados reais de uma fazenda. Considerei a entrada de 30 bezerros desmamados no mês de julho, período de menor produção de biomassa e um GPD de 0,8 kg/cabeça. A área possui 5 hectares em sistema irrigado com rotação diária. Os mesmos animais serão mantidos por 365 dias na fazenda.

Os gráficos a seguir apresentam a dinâmica de crescimento da pastagem e dos animais ao longo do ano e seu efeito no excedente/déficit de forragem ao longo do ano.

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Déficit/Excedente de biomassa por mês

É possível notar nos gráficos que, nessa estratégia adotada, as maiores demandas por alimentos coincidem com períodos de baixa produção de capim (abril, maio e junho). Como consequência, houve um déficit de alimentos na forma de pastagem. Nesse caso, seriam necessários a suplementação de 3 toneladas de volumosos para o pleno suprimento nesse período. Por outro lado, durante os meses chuvosos houve um acúmulo de quase 28 toneladas de biomassa. Desse excedente poderiam ser produzidos silagem, feno e a utilização de outras técnicas de conservação para evitar o desperdício.

Dito isso, fica a pergunta, como saber a capacidade de produção de alimentos dentro da fazenda?

Aos pecuaristas mais experientes, os anos de prática tem ensinado a determinar, com boa acurácia, a capacidade de suporte de seus pastos ao longo do ano. Essa capacidade, no entanto, é limitada para um grupo de pessoas.

Para os produtores mais novos, o Pasto Sempre Verde vem desenvolvendo uma ferramenta que pode facilitar a orçamentação de alimentos.

Dúvidas e críticas? Por se tratar de uma ferramenta muito recente, ainda estamos buscando aprimoramento. Qualquer contribuição será muito bem-vinda.

Entre no nosso site para maiores informações.

O NDVI e a Produtividade

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Estamos quase fechando um ciclo de monitoramento de uma área de produção intensiva de leite, mas a ansiedade para checar os resultados é grande. Alguns dados interessantíssimos já foram levantados.

Um deles é o aumento de 41% da produção de leite, que foi acompanhado não só pelo melhora da produtividade individual das vacas, mas também pelo incremento de 9,7% da taxa de lotação.

Segundo o gestor e proprietário da fazenda, os mapas diários deram uma maior segurança para intensificar ainda mais a produção, que passou de 30 para 34 vacas em lactação em uma área de apenas 3,72 ha, divididos em 35 piquetes e tempo de permanência de 1 dia.

A produção de leite chegou a incrível marca de 70.000 litros/ha/ano

A conferir agora se essa produtividade se mantém. A expectativa e a confiança são imensas.

O que eu quero tratar aqui nesse artigo é sobre o acúmulo médio mensal de biomassa…clique aqui para continuar a leitura no meu linkedin

Como aumentar a lucratividade na pecuária com a simples técnica de orçamentação forrageira?

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A orçamentação forrageira é a prática de gerar estimativas de massa de forragem ao longo do tempo. Ela é feita com base na previsão do acúmulo e desaparecimento da pastagem, podendo ser pela senescência da planta ou pelo consumo do animal. Se você souber utilizar com inteligência, pode aumentar sua lucratividade pelo aumento da eficiência do uso da pastagem e explorar ao máximo o potencial produtivo da sua propriedade.

Fazendo um paralelo da importância de se passar a olhar com mais cuidado as pastagens, imagine que você tem um capital disponível e está construindo uma casa. A primeira ação é fazer um orçamento para verificar o quanto posso gastar. Se ao longo da obra, os gastos ficam muito acima do orçamento, a dor de cabeça e o estresse é enorme.

Para o manejo de pastagens é a mesma coisa. A orçamentação forrageira é como se fosse o dinheiro disponível e o consumo pelos animais é a obra. Sabendo quanto de pastagem tenho e/ou terei à disposição, me permite saber o quantos de animais posso ter na minha fazenda em cada época do ano. Se tiver mais animais que o meu sistema permite, o ganho de peso será reduzido e a chance de acelerar a degradação das pastagens é grande. Se tiver menos animais do que o potencial produtivo da fazenda, se perde eficiência e lucratividade.

Além disso, há ainda outros benefícios da orçamentação nos sistemas de produção à pasto. Vou listar as principais em 3 níveis de decisão: estratégico, tático e operacional. Publiquei tudo isso lá no meu Linkedin, se quiser saber mais, clique aqui e continue lendo.

Se interessou pelo Pasto Sempre Verde? Corre lá no nosso site e receba maiores informações.

Drones não funcionam!

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A utilização de drones na estimativa de produtividade de pastagens é como usar um trator de 600 CV para puxar uma carretinha.

Os dados que podem ser extraídos a partir de uma imagem de drone são tão precisas, mas estão em uma escala muito esmiuçada para ser utilizado como parâmetro para o cálculo da produtividade.

A startup Pasto Sempre Verde, que faz uma análise preditiva da produtividade de pastagens fez testes na ESALQ comparando os resultados de produtividade utilizando imagens captadas por um drone e outro por imagens de satélite. Escrevi um artigo sobre isso no Linkedin e você pode conferir acessando esse link.

Boa leitura!

Pode comentar, criticar e compartilhar com quem possa se interessar pelo assunto. A ideia é realmente criar um ambiente de discussão sobre um tema tão recente.

Fábio Makoto Okuno

Drone, satélite ou avião? E agora?

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Não dê um tiro no escuro, saiba tudo o que você precisa antes de escolher a sua alternativa ideal!

O clima e as pastagens: como utilizar para aumentar a produtividade?

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Lembro de quando eu era mais novo, assistia o Jornal Nacional com meu pai e ele sempre me mandava ficar quieto na hora da previsão do tempo. Meu pai é agricultor e ele utilizava as previsões para saber em que ele poderia trabalhar no outro dia. Sempre pensava também em como a previsão climática poderia afetar na produtividade.

Me intrigava muito, de verdade, que estávamos sempre à beira de uma quebra. Ficávamos literalmente torcendo para que tudo desse certo nos eventos que não podíamos controlar, como a chuva.

Mais tarde, já na escola de agronomia, descobri que podíamos calcular com uma boa dose de precisão, a estimativa de produtividade, conforme os eventos que iam ocorrendo durante a safra.

Entendi também que, o que trazia muita agonia para nós era, além da possibilidade de não ter lucro, não saber o que esperar da produção. Já que as condições climáticas estão aquém do nosso controle, saber pelo menos o que esperar pode diminuir essa angústia.

Saber como utilizar dados meteorológicos a seu favor é uma grande vantagem. O domínio dessa técnica permitiria reduzir a imprevisibilidade da produção. Dessa forma, o planejamento pode ser tornar bem mais preciso

As forrageiras, de forma geral, pertencem ao grupo de plantas C4. Esse grupo tem como característica uma resposta direta da intensidade luminosa com a taxa fotossintética, ou seja, rendimento. Para um melhor aproveitamento da luz é preciso que as plantas tenham folhas. Por isso da importância de manter um bom resíduo após pastejo para acelerar o crescimento do próximo ciclo.

Quanto maior a taxa fotossintética, maior também será o consumo de água pela planta, sendo que a principal forma de distribuição de água no solo, é a chuva. Nesse contraponto, as chuvas intensas, como as que ocorrem no verão brasileiro, limitam a radiação solar que chega às superfícies pela presença de nuvens. De forma clara, o melhor cenário em que os pecuaristas podem sonhar é chuva à noite e dias quentes, sem nuvens.

De acordo com as nossas pesquisas, a pastagem no auge do crescimento pode ter um acúmulo de biomassa superior a 200 kg/dia

A temperatura possui uma relação complexa com a desempenho da planta, já que afeta de forma diferente conforme a fase de crescimento da planta e o tempo em que ficou exposto a essas temperaturas.

Estudo de caso

Em uma das fazendas monitoradas pelo Pasto Sempre Verde, em Minas Gerais, observando a produtividade média de 35 piquetes ao longo do ciclo, obteve valores decrescentes desde o início do monitoramento, em janeiro. Cada piquete tem um tempo de ocupação de um dia e os ciclos tiveram uma média de retorno de 36 dias. Toda a área com irrigação plena por aspersão.

Produtividade média de capim (t/ha MS) ao longo de 5 ciclos
Radiação acumulada, precipitação acumulada e temperatura mínima e máxima média ao londo dos 5 ciclos

Comparando os dois gráficos, me parece claro que a radiação teve maior impacto na produtividade que os outros fatores climáticos

Observe nos ciclos 1 e 2 que, mesmo com o aumento da disponibilidade hídrica, a produtividade média caiu junto com a radiação acumulada nesses períodos. Os ciclos 3 e 4 passaram por condições climáticas similares e obtiveram produtividades médias praticamente iguais: 3,7 e 3,6 t/ha. O ciclo 5, com uma combinação de condições desfavoráveis, obteve a menor média de produtividade. Em um sistema de produção de sequeiro, é provável que não fosse possível a exploração do pasto nesse período. Na nossa simulação, a produtividade média sem a irrigação foi de 1,2 t/ha.

Até aqui ok, mas como posso usar dessa informação?

Os sistemas a pasto tem um fator que dificulta muito o manejo que é a estacionalidade. Como vimos, a produção de forragens é muito variável conforme a época do ano. A boa notícia é que com um acompanhamento de dados climáticos é possível prever essa variação. Essa é uma forma muito prática de utilização a previsão climática

Sabendo da capacidade de produção dos seus pastos, podemos manejar de forma mais inteligente a dieta dos animais

O que é possível realizar sem grandes dificuldades, é acompanhar a produtividade dos pastos e sua relação com a radiação acumulada, a temperatura mínima e a precipitação.

Nesse cenário apresentado, por exemplo, se a radiação entre os meses de fevereiro e março do próximo ano estiverem abaixo do que foi verificado nesse ano (700 MJ/m²), é provável que a produtividade se reduza na mesma proporção, caso outras variáveis se mantenham constantes. Esse mesmo monitoramento pode ser realizado para as outras variáveis.

Informação é poder. Nesse caso ter informação de forma antecipada pode facilitar o planejamento, além de reduzir custos.

Sabendo a produtividade dos pastos em cada período, é possível ajustar a quantidade de animais que serão mantidos dentro da fazenda

É possível também montar estratégias como a diferimento de pastagens, a produção de silagem ou feno, o aluguel de pastos, a sobressemeadura ou a irrigação. Tudo isso para aproveitar ao máximo todo o potencial que as gramíneas tropicais têm para oferecer em nossas terras.

Concorda, discorda ou tem mais informações relevantes para colaborar? Comente aqui e compartilhe com quem possa interessar. A ideia é realmente gerar uma discussão em torno do tema!

Para saber mais sobre o Pasto Sempre Verde, clique aqui e entre na nossa lista

Fábio Makoto Okuno
CEO – Pasto Sempre Verde

Os dados de desmatamento do INPE estão corretos?

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Devido aos últimos acontecimentos eu tenho percebido que muitas pessoas fazem essa pergunta de que será que os dados de desmatamento do INPE estão corretos?

Sendo franco e honesto: não é questão de fé, de boa fé ou de ponto de vista. Os dados que o INPE levantam de desmatamento são cientificamente suportados por centenas de artigos que a equipe técnica desenvolveu ao longo desses anos. Devemos parar e pensar se faz sentido questionar a legitimidade dos dados ou pensar se de fato estamos tendo desmatamento na amazônia, seja ele legal ou ilegal.

O maior problema disso tudo é que mais um vez se faz uma polarização de opiniões e nessa polarização quem perde é a ciência brasileira, sobretudo que está fortemente envolvida com sensoriamento remoto e pelo outro lado o agro que sempre é o culpado pelo desmatamento pelo senso comum.

Um problema sério como esse deve ser encarado com calma por toda a sociedade. Não adianta torcer para que o INPE esteja certo ou errado, não adianta torcer para que os fazendeiros sejam criminosos. Devemos parar e pensar porque esse movimento está ocorrendo em um país com quase 100 milhões de hectares de terras degradadas e abandonadas. Será que é de fato necessário derrubar uma árvore sequer na amazônia para que o agro continue sendo cada vez mais competitivo? Eu tenho certeza que não! Podemos ser destaque em agricultura, em preservação, em ciência, em quase tudo, basta apenas que exista um pacto pela verdade e um pouco menos de torcida para que alguém esteja errado.

Não culpe o INPE sem conhecer seu trabalho fantástico. Não culpe o agro por ser cada vez mais importante para o país e não culpe quem desconhece o assunto, apenas faça sua parte e mostre a verdade a todos! Dessa forma conseguiremos ter um país de fato relevante no cenário mundial.

O que você acha? Concorda ou discorda?

Bolsonaro assina decreto de IoT

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Foi publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União , o Decreto nº 9.854 de autoria do Presidente Jaír Bolsonaro que institui o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT). O plano  tem como finalidade implementar e desenvolver a Internet das Coisas no País e, “com base na livre concorrência e na livre circulação de dados, observadas as diretrizes de segurança da informação e de proteção de dados pessoais”.

O decreto também cria a Câmara de Gestão e Acompanhamento do Desenvolvimento de Sistemas de Comunicação Máquina a Máquina e Internet das Coisas (Câmara IoT), que servirá como um órgão para acompanhar e implementar o IoT, será uma entidade focada em fomentar parcerias público-privadas e trazer discussões, além de apoiar projetos mobilizadores.

Como o Inteliagro sempre diz, as mudanças verdadeiras acontecem sempre de baixo para cima, nunca o contrário, ou seja, é a indústria e os consumidores que farão a coisa acontecer. Todavia o decreto vem para oficializar e consolidar na administração pública o conceito de IoT, garantindo uma figura jurídica e uma politica de estado a ser replicada por órgãos governamentais que possuem impacto direto na homologação de equipamentos, concessão de espectro eletromagnético, pesquisa e financiamento.

É engraçado notar que esta é uma interferência benéfica do governo para evitar maiores interferências danosas. Que o mercado continue assim: regulamentado para não virar bagunça, mas livre para inovar.