Dica do Inteliagro: E-books gratuitos sobre irrigação.

Na último semana, o Blog recebeu um agradável notícia: o Grupo de Pesquisa Tecnologia de Irrigação e Meio Ambiente , da FEAGRI – UNICAMP lançou a versão final do livro “Engenharia de Irrigação: Tubos e Acessórios”. Com um impecável rigor técnico, os Professores Doutores Roberto Testezlaf e Edson Eiji Matsura criaram um excelente guia para os profissionais da área e para os estudantes mais aplicados, interessados em conhecer em detalhes este campo da engenharia.

Na página do grupo (acesse aqui) há também outros livros em fase de finalização sobre outros ramos da irrigação, além de textos, artigos e apresentações. Para acessar o material é necessário efetuar um pequeno cadastro. Fique atento que o e-mail de confirmação pode ser classificado como spam , visite o diretório caso encontre problemas. Não se esqueça de baixar os livros em teu celular para consultas em campo!

Como usar VANTs (DRONES) na Agricultura

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Um assunto que tomou conta do cenário de 2015 foi o de como usar VANTs (DRONES) na agricultura. Aqui no InteliAgro já abordamos o assunto, mas mais de maneira expositiva. Esse post tem a intenção de ser mais técnico e mais focado nos benefícios imediatos que a tecnologia pode trazer para todos os agricultores.

Tudo começou  durante a euforia para participar do DRONESHOWLA (muito bem organizado pela equipe do Mundo GEO). Quanto mais próximo o evento ficava, mais surgiam coisas novas e aplicações que pareciam extremamente vantajosas aos usuários. Eu pessoalmente tateio o assunto há alguns anos, mas trabalhar especificamente com isso não é minha praia. Como tenho expertise em sensoriamento remoto orbital, confesso que já cometi muitos erros ao tentar utilizar as mesmas ferramentas que utilizo com os satélites e tentar obter os mesmos produtos que obtenho com os satélites. Vamos, aqui, mostrar quando e aonde cada tecnologia tem sua melhor aplicação.

Para começar temos que partir do primeiro ponto chave para essa questão. Qual o nome correto? VANT, DRONE, UAV, RPA?

VANT é a sigla para Veículo Aéreo Não Tripulado, DRONE é um apelido para essas aeronaves, em inglês significa zangão e remete ao barulho que alguns modelos produzem os levantar voo, UAV é a sigla para Unmanned Aerial Vehicle e RPA é a sigla para Remotely Piloted Aircraft.

Na verdade todos esses nomes remetem a mesma coisa, mas o termo que vem sendo mais aceito no meio parece ser RPA. A diferença considerável são os tipos que existem que entre os civis são basicamente três:

  • Multirotor;
  • Asa fixa;
  • Balão.

Os dois primeiros (multirotor e asa fixa) dominam 99% do mercado atual por possuírem mais opções comerciais disponíveis.

Tendo esse primeiro conceito em mente, vem o ponto fundamental que é o que deseja-se fazer com o imageamento através dos VANTs. Cada tipo possui uma determinada autonomia e custo de operação. Em missões de scouting, ou seja, onde os equipamentos servem para observar regiões que a olho nu, na altura do solo, não é possível, o mais indicado pode ser o multirotor. O custo é bem menor e o recobrimento pode ser compensado por viagens de carro dentre os talhões para levantar voo e pousar de diferentes locais. Outro uso dos multirotores é para aumentar o número de amostragens em talhões. Por exemplo para falhas: ao invés de fazer poucas amostrar em campo, usa-se esse equipamento e aumenta-se muito o número de amostras. Mesma ideia seria empregada para verificação de pragas.

Pensando em Agricultura de Precisão, existe uma inversão nas necessidades. É preciso saber espacialemente dentro de cada talhão onde estão as falhas e/ou pragas e/ou daninhas. Por conta disso, é preciso um sobrevoo de toda a área monitorada e para isso a melhor opção são os VANTs de asa fixa. Eles tem uma autonomia muito maior e capacidade de carregar sensores mais robustos além das tradicionais câmeras compactas.

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Após essa introdução, aqui começa o artigo!

Como disse no começo, comparar RPAs com satélites é praticamente uma heresia. Cada um tem sua finalidade. Imagine usar um único RPA para mapear a soja do estado do Paraná. Quanto tempo isso levaria? Imagine agora usar um satélite de 30m de pixel para imagear um talhão de soja a procura de plantas que falharam a germinação. Quantas plantas cabem em 30m x 30m?

Cada equipamento tem seu valor aplicado àquilo que seu projeto aceita. Em uma usina de cana, o uso de ambas tecnologias simultaneamente é facilmente entendido:

Pensando-se em uma usina de médio porte com 30 mil hectares de cana plantada. É de extrema importância que esses 30 mil hectares sejam inspecionados diariamente para verificar se existe alguma anormalidade em relação ao desenvolvimento esperado. Isso faz com que as perdas sejam menores e caso existam, que sejam antecipadas no planejamento. Para imagear essa área todos os dias, é impossível utilizar VANTs. Ao mesmo tempo, fazer um levantamento detalhado do canavial, localizando exatamente aonde estão dentro de cada talhão as falhas, pragas e daninhas é impossível utilizar satélites. Surge então um sistema integrado e muito interessante onde o imageamento por satélite serve de alerta para ativar o imageamento via VANT e esse é responsável por detectar e localizar esses problemas nos talhões.

Os principais usos para VANTs na agricultura hoje são:

  • Identificação de Falhas;
  • Identificação de Pragas;
  • Identificação de Plantas Invasoras;
  • Identificação de Erosão.

Usos em estudo:

  • Estimação de Produtividade;
  • Identificação de Doenças;
  • Verificação de Necessidade de Irrigação.

Para os usos já consolidados ainda existe muito em que se pode avançar, mas os produtos entregues são de boa qualidade. Bons RPAs hoje em dia podem imagear até 5 bandas do espectro e com isso gerar informação bastante interessante ao usuário final. O gargalo ainda é o processamento que não é tão automatizado quanto seria necessário para alavancar a tecnologia ao máximo que ela pode chegar, mas estão sendo desenvolvidas muitas coisas nesse sentido. Uma empresa parceira nossa a GEOCOM é uma da pioneiras no uso de VANTs para agricultura com um total de área já sobrevoada de mais de 40.000 hectares e podemos ver a seguir algumas imagens de trabalhos nesse sentido feitos por eles.

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Para os usos em estudo ainda existe muito debate entre qual a melhor forma de fazê-los, mas já existem alguns avanços. O uso de escaneamento a laser (LIDAR), sensores hiper espectrais e câmeras térmicas estão sendo considerados. Alguns grupos já tentam estimar produtividade com altura de planta (adquirida por estereoscopia) mas nenhum resultado muito bom foi publicado até o momento.

Por todos os fatores citados, vê-se que a tecnologia é promissora, mas ainda depende de avanços tecnológicos contínuos para que não seja abandonada como já fizeram no passado. A melhor maneira de usar VANTs na agricultura é com bom senso e ponderação de o que é possível fazer e como se deve fazer. Profissionais e empresas sérias estão cientes disso e trabalham a cada dia para alavancar ainda mais os avanços e usos dessa tecnologia na agricultura brasileira.

Para entender melhor as diferenças e semelhanças entre VANTs e Satélites acesse: www.geocrop.com.br

E para entender o que já está sendo feito com VANTs acesse: www.geocom.com.br

III Semeagri da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD

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Começa hoje e vai até o dia 30 de outubro a III Semana da Engenharia Agrícola ( Semeagri ) da Universidade Federal da Grande Dourados. Realizada em um importante polo agrícola, a Semeagri tem como objetivo promover a troca de experiências entre a academia e o mercado, impulsionando a cadeia produtiva agrícola regional. Para mais informações, consulte a página do evento e também no Facebook .

Minuto Inteliagro #14: Animais exóticos invasores

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Neste Minuto Inteliagro, o Prof. Dr. Mauro Galetti Rodrigues, da UNESP de Rio Claro, conta sobre o seu trabalho sobre animais exóticos invasores no Departamento de Ecologia da universidade.

Minuto Inteliagro #13: Laboratório de Ecologia de Espacial e Conservação da UNESP

Neste Minuto Inteliagro, o Prof. Dr. Milton Cezar Ribeiro, da UNESP de Rio Claro, conta sobre o seu trabalho e de seus pares no Laboratório de Ecologia de Espacial e Conservação (LEEC).

Minuto Inteliagro #12 : Processos de secagem de produtos agrícolas

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Neste Minuto Inteliagro #12, a  pesquisadora Rosa Helena Aguiar , da Universidade Estadual de Campinas, fala sobre seu trabalho em Processos de secagem de produtos agrícolas.

Minuto Inteliagro #11: Tratamentos físicos para a desinfecção de produtos agrícolas

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Neste Minuto Inteliagro de número 11, a Profª. Drª. Franciane C. S. Usberti da UNICAMP fala de suas pesquisas em tratamentos físicos para a  desinfecção de produtos  agrícolas.

Minuto Inteliagro #10 : Solos e a Engenharia Agrícola

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Neste Minuto Inteliagro #10, o Prof. Dr. Zigomar Menezes de Souza fala sobre seu trabalho no campo de Solos e sua relação com a Engenharia Agrícola.

Minuto Inteliagro #9: Desenvolvimento de biorrefinarias no reaproveitamento de resíduos agrícolas

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Neste Minuto Inteliagro #9, o Prof. Dr. Gustavo Mockaitis, da Faculdade de Engenharia agrícola da UNICAMP, fala sobre suas pesquisas sobre desenvolvimento de biorrefinarias no reaproveitamento de resíduos agrícolas.

 

Você sabe quantos anos tem o NDVI?

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Você sabe quantos anos tem o NDVI? O NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) teve sua primeira aparição em publicações em 1973. No artigo de congresso intitulado “Monitoring vegetation systems in the Great Plains with ERTS”, J W Rouse Jr trouxe ao mundo esse índice que é usado até os dias de hoje. O congresso em questão era o terceiro encontro do LANDSAT 1 da NASA e 42 anos depois, com o tecnológico LANDSAT 8 em órbita o índice mais aplicado para agrícultura é o NDVI.

Com toda certeza o NDVI é bastante interessante. Mais pela sua simplicidade do que pelos resultados que apresenta. Na agricultura vemos muitas empresas usando o NDVI para todos os fins possíveis, por exemplo: detectar pragas e doenças, estimar produtividade, mapear falhas de plantio e isso traz o grande problema dos trabalhos feitos dessa forma terem resultados medíocres e dessa forma as geotecnologias acabam perdendo a credibilidade no campo. É impossível basear-se em um índice de 42 anos, feito para um satélite de 7 gerações anteriores e exigir que ele dê resultados tão precisos quanto esperamos. Existem novas ferramentas e novas tecnologias que devem ser usadas e aplicadas juntamente com as consagradas como o NDVI para que seja possível alcançar-se o máximo que o sensoriamento remoto pode oferecer.