FAQ – Novo Código Florestal

0

Com a criação do novo Código Florestal, muitas divergências surgiram por parte dos ambientalistas e ruralistas. Os ambientalistas afirmaram que o novo código afetou o princípio da vedação do retrocesso, ou seja, o novo código florestal reduziu a proteção que tinha mantido anteriormente em termos ambientais. Segue abaixo algumas dúvidas frequentes com relação ao novo código.

1. Por que o projeto é tão polêmico?

Um das primeiras questões polêmicas vem à tona com a  data de 22 de julho de 2008. Quem cometeu os crimes previstos nos artigos 38, 39 e 48  na lei 9605/98 (lei de crimes ambientais) antes da data referencial terão anistia judicial e penal desde que assinem o termo de compromisso ambiental (Programa de Regularização Ambiental). Quem cometeu os mesmos crimes depois desta data, terão que recompor a Reserva Legal e não estão impunes, tendo que cumprir as novas regras com o novo código.

Outro ponto que gerou divergência foi o que pode ser cultivado em APP’s. O texto de Lei embasa na garantia de algumas plantações, como cultivo de maçã ou plantio de café,  que serão consolidadas nas APP’s. No entanto, a definição do que pode ou não pode ser mantido ficou fora do texto.

A Lei diz que os pequenos produtores que já desmataram suas APP’s em margem de rio poderão recompor a área em 15 metros a partir do rio. Os demais devem recompor em 30 metros.

2. Quais as principais novidades no Novo Código?

As principais novidades estão embasadas nas Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Programa de Regularização Ambiental (PRA), áreas consolidadas e controle do desmatamento.

3. Terá penalidade para quem desmatou a terra?

Os produtores que desmataram acima do permitido por lei até julho de 2008 poderão regularizar sua situação ambiental atráves do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e em seguida validar o termo de compromisso que referente ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). Se o produtor não aderir a esses programas, ou descumpri-los, voltam a valer todas as multas por descumprimento ao antigo código florestal.

4. Por que existem dois artigos de Lei referentes às áreas que serão destinadas como APP’s?

No art. 4º, as áreas de preservação permanente são as que foram incorporadas por força de Lei.

Já no art. 6º, as áreas de preservação permanente foram determinadas por ato do poder executivo, ou seja, o interesse social prevalece o interesse particular. As áreas não eram destinadas como APP’s porém pelo uso e importância na coletividade passaram a ser comunitárias.

5. Quais os índices devem ser mantidas para Reserva Legal?

De acordo com o Art. 12, para propriedades localizadas na Amazônia Legal, estão divididas em três categorias:

– Áreas de florestas: 80% RL

– Áreas de cerrado: 35% RL

– Áreas de campos gerais: 20%RL

Já as propriedades em outras áreas a reserva legal deve ser conservada em 20% da área total do imóvel.

6. Quais os critérios que devem ser observados para a  delimitação da área da Reserva Legal?

Pelo artigo de Lei, devem ser observados:

Plano de bacia hidrográfica;

Zoneamento ecológico e econômico;

Formação de corredores ecológicos entre outra Rl, APP ou unidades de conservação;

Áreas de maior preocupação em relação à biodiversidade;

Áreas de maior fragilidade ambiental.

7. Todas as propriedades tem que ter Reserva Legal?

Em tese sim, porém há algumas exceções como:

Margem de rodovias e ferrovias não precisam de RL.

Concessão de serviços de energia elétrica como estações, subestações também não precisam se adequar à RL.

8. Como fica a situação da Reserva Legal para produtores com até 4 módulos fiscais?

Esta questão envolveu bastante polêmica com o novo código florestal porque está embasado em uma data referencial (22 de julho de 2008). Para produtores e proprietários rurais que desmataram a área antes desta data, estão isentos de recompor a Reserva Legal, basta continuarem com as mesmas atividades que vinham antes executando. Porém para produtores que desmataram a Áreas depois de julho de 2008, devem recompor a RL.

9. É possível ter intervenção e supressão nas Áreas de Preservação Permanente?

O Novo Código expõe três situações onde isto é possível:

– Áreas de utilidade pública: segurança nacional, proteção sanitária, sistema de saneamento, sistemas viários.

– Intervenção em uma pequena propriedade podem ser realizadas desde que sejam de interesse social: proteção e combate ao fogo.

– Áreas com baixo impacto ambiental

10. Qual é o novo conceito de pequena propriedade ou posse rural familiar?

Podem ser incluídos: Exploração mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar, empreendedor familiar rural, assentamentos e projetos de reforma agrária e pessoas caracterizadas no art. 3º da lei 11.326/06.

Especificando mais esta questão podem ser considerados produtores de pequena propriedade com até 4MF.

Foram selecionadas as principais dúvidas em relação à nova Lei. Caso tenham mais dúvidas nos escrevam!!

Entenda o Programa de Regularização Ambiental (PRA)

2

O decreto de lei nº 7830/12 estabelece normas de caráter geral sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural – Sicar, Cadastro Ambiental Rural – CAR e aos Programas de Regularização Ambiental – PRA.

Cadastro Ambiental Rural é obrigatório para a adesão ao programa. Após o CAR, irá ser firmado o termo de compromisso que é o documento formal de adesão ao Programa de Regularização Ambiental, que contenha, no mínimo, os compromissos de manter, recuperar ou recompor as áreas de preservação permanente, de reserva legal e de uso restrito do imóvel rural, ou ainda de compensar áreas de reserva legal (Art. 2º, III)

Serão instituídos, no âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal, PRA’s, que compreenderão o conjunto de ações ou iniciativas a serem desenvolvidas por proprietários e posseiros rurais com o objetivo de adequar e promover a regularização ambiental (Art. 9º)

A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções relativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. As multas decorrentes das infrações referidas serão consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas.

Instrumentos do Programa de Regularização Ambiental

I –  Cadastro Ambiental Rural – CAR;

II – Termo de compromisso;

III – Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas;

IV – Cotas de Reserva Ambiental – CRA, quando couber.

Recomposição das RL’s

Poderá ser realizada mediante o plantio intercalado de espécies nativas e exóticas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes parâmetros:

I – o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies nativas de ocorrência regional; e

II – a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a cinquenta por cento da área total a ser recuperada.

Recomposição das APP’s

I – condução de regeneração natural de espécies nativas;

II – plantio de espécies nativas;

III- plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas; e

IV – plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até cinquenta por cento da área total a ser recomposta.

 

Áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente no entorno de lagos e lagoas naturais

Será admitida a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo obrigatória a recomposição de faixa marginal com largura mínima de:

I – cinco metros, para imóveis rurais com área de até um módulo fiscal;

II – oito metros, para imóveis rurais com área superior a um módulo fiscal e de até dois módulos fiscais;

III – quinze metros, para imóveis rurais com área superior a dois módulos fiscais e de até quatro módulos fiscais; e

IV – trinta metros, para imóveis rurais com área superior a quatro módulos fiscais.

Áreas rurais consolidadas em veredas

Será obrigatória a recomposição das faixas marginais, em projeção horizontal, delimitadas a partir do espaço brejoso e encharcado, de largura mínima de:

I – trinta metros, para imóveis rurais com área de até quatro módulos fiscais;

II – cinquenta metros, para imóveis rurais com área superior a quatro módulos fiscais.

Minha APP está dentro da Lei?

 

Com a implementação do novo código florestal, assuntos como área de preservação permanente e reserva legal passam a ter grandes destaques. O Cadastro ambiental rural foi adotado pelo Governo Federal para regularização e cadastramento do imóvel, planejamento e monitoramento das áreas de preservação.

De acordo com a Lei 12.651/12, a demarcação das áreas passa a ser de exclusividade do produtor rural através de software com imagens georreferenciadas, deixando assim o processo menos burocrático uma vez que este processo era realizado em cartórios.

O monitoramento e fiscalização das áreas são realizados pelos agentes públicos por meio de fotos e imagens aéreas, satélites e softwares de geoprocessamento.

Servidor

O fato do produtor demarcar pelo SiCAR (Sistema de Cadastro Ambiental Rural) as áreas de preservação para o cadastramento da propriedade não exclui a análise do imóvel realizada pelo Órgão Estadual competente, podendo o cadastro ser submetido para retificação ou solicitar adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).

geo

Após a finalização do cadastro irá ser gerado um demonstrativo da situação ambiental do imóvel. Se houver passivo ambiental será considerado pendente de regularização. Caso as áreas de interesse ambiental estejam devidamente preservadas, a situação do imóvel será regular.

De acordo com o Art. 3º, II, do Novo Código Florestal, APP é a área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

O artigo 4º do texto de Lei, estabelece as distâncias mínimas para preservação dos cursosd’água.

Principais esclarecimentos do novo código:

  1. Devem ser protegidas apenas faixas marginais dos cursos de águas naturais. Canais artificiais e regos não fazem parte da APP.
  2. Declaração expressa a respeito dos lagos e lagoas naturais. Em relação aos reservatórios artificiais prevalece o disposto no respectivo licenciamento ambiental, que continua obrigatório para qualquer intervenção em curso d’água.
  3. A distância das faixas marginais passou a ser da borda da calha do leito regular dos cursos d’água, deixando de ser a partir do nível mais alto conforme a lei anterior (Lei nº4771/65).
  4. Áreas de preservação permanente em Veredas é a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50m, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado.

Se o produtor respeitar todos os limites propostos pelo novo código florestal em relação às APP’s (Art. 4º ao 9º) e demarcar as áreas corretamente pelo SiCAR, a propriedade rural estará ao encontro da lei.

 

Afinal, o que é agricultura de precisão?

Qual o conceito de agricultura de precisão?


O termo agricultura de precisão é cada vez mais presente nos dias atuais, e sem dúvida ela é importante para a prática agrícola como forma de melhorar e conhecer quanto se produz nas propriedades rurais. Mas afinal, qual o conceito de agricultura de precisão?

A agricultura de precisão nada mais é do que informação. Não são necessários máquinas sofisticadas, GPS, monitor de colheita e nem computador para se fazer a tal agricultura de precisão; isso mesmo não é necessário nada disso. Na sua forma mais simplicita, podemos fazer agricultura de precisão com papel e caneta, sendo ela um conjunto de informação, inicialmente precisamos reunir dados, muitos dados. Os dados devem ser interpretados para gerar informação, as tomadas de decisão na propriedade então serão baseados nestas informações. Parece abstrato, então vejamos na prática o sistema de agricultura de precisão em uma produção agrícola.

Flowchart
Flowchart – InteliAgro

Dados – Inicialmente devemos alimentar os dados e, o parâmetro de entrada é a colheita. O agricultor deve mapear ou entender a variação da produtividade de sua lavoura, isso ocorre principalmente devido a variabilidade do solo que apresentam diferentes condições de fertilidade.

Mapeando os locais de alta, média, e baixa produtividade seja por lote, por hectare ou por metro quadrado o passo a seguir será entender o porquê ocorrem as varições de produtividade através da observação do solo. Mediante análise física e química do solo é possível compilar os dados em um mapa de solo.

Informação – As informações são obtidas pela correta interpretação dos dados. Com os dados de produtividade da lavoura e fertilidade do solo é possível implementar os mapas de solo e mapas de produtividade.  Esses mapas servem como respaldo para a tomada de decisão.

Tomada de decisão – Quando há informação corretas, a tomada de decisão pode ser realizada com mais precisão. Quantidade de fertilizante e corretivos (calcário e gesso) e tipos de formulação dos fertilizantes podem ser aplicados cada qual com sua necessidade para cada unidade de área. Desta forma a agricultura é realizada de forma mais eficiente evitando desperdício de produtos químicos e melhor utilização das variedades das plantas a serem cultivadas.

Evolução da Agricultura de precisão

NDVI
Mapa de vigor (NDVI)

Nos dias atuais obviamente a tecnologia tem facilitados a prática da agricultura de precisão, os dados podem ser alimentados praticamente em tempo real através de máquinas colhedoras com monitores de colheita que geram mapas de produtividade instantaneamente, são máquinas dotadas de sensores e computadores que armazenam dados e neste caso a utilização do sistema de posicionamento global é imprescindível.

O sensoriamento remoto e utilização das geotecnologias foi essencial para o avanço da agricultura de precisão, através de imagens de satélite, ou com sensores em máquinas e VANT’s é possível calcular índices como o NDVI que possibilita gerar mapas de vigor vegetativo e desta forma dar subsídio à estimativa de produção. Os índices de vegetação são indicativos muito importantes para tomada de decisão na aplicação de fertilizantes e dosagem de defensivos agrícolas. Isso significa maior eficiência e precisão ao processo produtivo, contribuindo para economia de agroquímicos e consequentemente diminuição dos impactos ambientais.

Maquinas aplicadoras de fertilizantes mais sofisticadas permitem a inserção de mapas georreferenciados de solo e produtividade, a partir de então o software interpreta o mapa e permite realizar a adubação à taxa variável.

Imagem2
Exemplo de máquina adubadora à taxa variável

A propósito, os dados não se limitam apenas à produtividade e solo, podemos alimentar dados com históricos de produtos químicos utilizados (pesticidas), histórico do manejo (culturas plantadas anteriormente), tipos de máquinas e implementos agrícolas utilizadas, compactação de solo, histórico de chuva, histórico de nematoides e entre outros, todos estes dados podem e devem ser confrontados através de um sistema inteligente (inteligência Agrícola) para que se tome a melhor decisão na lavoura.

O sistema georreferenciado (GPS) melhorou e facilitou incrivelmente a prática de agricultura de precisão principalmente em grandes propriedades, sem GPS seria quase impossível localizar com exatidão pontos no meio de uma lavoura para aplicação de um tipo específico de produto. O mapa georreferenciado conhece cada pixel de uma área e isso permite uma precisão incrível, o GPS auxilia ainda no piloto automático da máquina.

Resumindo, agricultura de precisão nada mais é do que um sistema baseado em informações.

A GeoCrop é uma empresa de base tecnológica especialista em tratamento, processamento e interpretação de imagens de sensoriamento remoto que possibilitam gerar inteligência para a lavoura.

5 fatos que a agricultura vai lembrar de 2014

0

O ano chegou ao fim e a agricultura tem muitas coisas boas e ruins para recordar de 2014. Separamos aqui cinco fatos importantes que imaginamos que serão lembrados por algum tempo. São eles:

1- Seca em São Paulo:

A seca que atingiu grande parte do sudeste foi responsável por um ano de muitos problemas para a população urbana mas também atingiu muito forte a agricultura. A cana-de-açúcar foi a cultura mais afetada por ser a que possui maior área plantada nesta região. A pior seca das últimas décadas com certeza ainda será lembrada por bastante tempo.

2- Preço da soja:

Depois de alguns anos com secas importantes nos EUA e na Europa, o último ano foi bastante bom para a produção de soja e isso fez com que com o aumento da oferta os preços despencassem e os produtores tivessem um grande susto durante a safra.

3- Questão indígena:

Mais uma vez a questão indígena foi colocada em jogo com a PEC-215 que transfere do executivo para o congresso a decisão sobre a demarcação de terras indígenas e desta forma a bancada ruralista poderia ser importante para que o processo tomasse um rumo menos democrático.

4- CAR:

Apesar de ser instituído pelo novo código florestal o CAR começou a tomar corpo durante este ano com o lançamento da plataforma para o cadastro dos produtores. O ano de 2014 foi chave para a implementação do cadastro.

5- Impasse logístico:

A soja do Brasil ser exportada maciçamente pelo porto de Paranaguá-PR faz com que muitos problemas ocorram por conta do gargalo logístico. Durante esse ano houve uma grande perda de alguns contratos de soja para a China por conta desse problema de demora para o escoamento da mesma.

A InteliAgro torce para que a colheita em 2015 seja bem mais farta e com muita tecnologia! Desejamos um ótimo 2015 a todos.

O que é frango de corte?

0

frango-de-corte-inteliagro

Frango de corte é o nome dado às aves que serão levadas ao abate com o objetivo da comercialização da sua carne.

Na agropecuária a criação de frango de corte é a mais desenvolvida por apresentarem um rápido retorno comercial uma vez que o ciclo de produção é de aproximadamente 50 dias.

Atualmente o Brasil é o 3º maior produtor mundial e líder em exportação.

Os maiores estão na região Sul (Paraná e Rio Grande do Sul) e novos investimentos estão sendo feitos neste setor.

A agricultura de precisão não seria possível sem a teoria da relatividade, veja o porquê

Veja porque a teoria de Albert Einstein se estende até a agricultura


3
Ilustração – Satélites em orbita

As teoria da relatividade é realmente intrigante, conceitos de distorção de tempo-espaço, velocidade da luz e entre outros fogem do nosso senso comum, não ousarei a entrar na teoria, mas para a agricultura de precisão ela tem toda importância. Estamos falando sobre o Sistema de Posicionamento Global, mais conhecido como GPS que, como todos sabem, dependem da utilização de satélites.

O Sistema de Posicionamento Global é composto por uma rede de 24 satélites em órbitas com período de 12 horas, cada qual portando relógios atômicos a bordo. O raio orbital dos satélites é de aproximadamente quatro vezes o raio terrestre (26,600 km). As órbitas são quase circular, com uma excentricidade inferior a 1% e a inclinação orbital em relação à linha do equador é de 55 graus. Os satélites têm velocidades orbitais de aproximadamente 3,9 km por segundo com referencial centrado na Terra. Os satélites ocupam o seis planos orbitais igualmente espaçados que dividem a Terra e quatro deles ocupam um plano distribuídos em intervalos de 90 graus ao redor da Terra. Os períodos orbitais dos satélites são mais precisamente de 11 horas e 58 minutos de modo que varrem a terra repetidamente dia após dia, outro ponto a considerar é que a Terra possui um período de rotação de aproximadamente  23 horas e 56 minutos, isso acontece porque o Sol avança 1 grau por dia em relação às estrelas e portanto, são necessários 4 minutos extras para correção da posição em relação ao Sol.

1
GPS e o trabalho agrícola

Os relógios atômicos, abordo dos satélites, possuem precisão a uma taxa de 1 nanossegundo (ηs) por dia. Uma vez que a velocidade da luz é de cerca 0,3 metros por nanossegundo, o sistema é capaz de localizar com precisão qualquer coisa na Terra. Se os relógios dos satélites são totalmente sincronizado com os relógios atômicos terrestres, sabemos que no momento em que um sinal é enviado do satélite, marcando o tempo para que o sinal chegue ao receptor no solo, é possível determinar com precisão a distância entre o satélite e o receptor. Utilizando quatro satélites para triangular a posição e implementar a correções dos relógios, a posição de receptor em um local desconhecido na Terra pode ser determinada com alta precisão.

No entanto, os satélites estão constantemente em movimento em relação a Terra, efeitos previstos pelas teorias gerais da relatividade devem ser levados em consideração para atingir a precisão desejada. A Relatividade Restrita prevê que os relógios dos satélites ficarão atrasados em relação ao relógio na terra devido ao efeito de dilatação do tempo em seu movimento relativo. Além disso, os relógios dos satélites estão sob outro efeito, por estarem em uma órbita acima da terra, a curvatura do espaço-tempo é menor em relação à superfície terrestre causando efeito de adiantamento, conforme a Relatividade Geral.

1111
Distorção do espaço-tempo pela massa da Terra

Resumindo:

  • Relatividade Geral – prevê que os relógios em um campo gravitacional forte vai marcar um ritmo mais lento.
  • Relatividade Restrita – prevê que os relógios em movimento vai marcar um ritmo mais lento em relação aos não-móveis.

Surpreendentemente, estes dois efeitos se anulam mutuamente para relógios localizados ao nível do mar em qualquer lugar na Terra. Portanto, se um relógio no polo norte ou polo sul é utilizada como referência, um relógio na linha do equador assumiria um ritmo mais lento por causa de sua velocidade relativa devido à rotação da Terra, e mais rápido em função da sua maior distância ao centro de massa da Terra, devido ao achatamento nos polos. Como a rotação da Terra determina a sua forma, estes dois efeitos não são independentes, e, portanto, não é mera coincidência que seus efeitos se cancelem. O efeito de cancelamento, porém não é geral. Relógio em qualquer altitude acima do nível do mar andam em ritmo alterado dos relógios ao nível do mar; e relógios em foguetes a alta velocidade andam em ritmo mais lento do que os relógios parados, segundo a Relatividade Restrita.

1111
Trabalho com orientação via satélite

Para os satélites, a Relatividade Geral prevê que os relógios atômicos em altitudes orbitais vai adiantar cerca de 45900 ηs/dia, porque eles estão em um campo gravitacional mais fraco porque tem a curvatura do espaço-tempo menos acentuado. A Relatividade Restrita prevê que os relógios atômicos que se movem a velocidades orbitais vai atrasar cerca de 7200 ηs/dia. Os relógios dos satélites são recalibrados antes do lançamento para compensar tais efeitos previstos. Se as previsões estiverem certos, devemos ver os relógios em sincronia com os relógios de terra.

Se essa a relatividade fosse desconsiderada seria impossível utilizar o sistema de navegação, os erros acumulados seriam grandes. A agricultura de precisão é exigente, máquinas agrícolas navegam através de um sinal corrigido com precisão de no máximo 3 cm de erro, e não é para menos, plantio, pulverização e colheita exigem dessa precisão para o aproveitamento máximo da eficiência operacional das máquinas diminuindo efeitos de sobreposição e faixas de plantio e pulverização além de utilizar os dados para cálculo de área, produtividade e taxa de aplicação. 

Relatividade não é apenas uma teoria matemática abstrata ela é absolutamente essencial para que o sistema de navegação funcione corretamente.

Texto adaptado de What the Global Positioning System Tells Us about Relativity, de Tom Van Flandern da Universidade de Meryland.

O que devo saber antes de comprar um Trator

1

Como escolher um trator


DSC_0105O mercado de tratores, atualmente, apresentam inúmeras marcas e modelos para todos os gostos onde existem inúmeras variáveis a considerar. Cada fabricante tem disponibilizado informações básicas de cada modelo de trator em catálogos técnicos, as principais informações consideradas pelos fabricantes são:

Potência – A unidade usual de potência é o cavalo vapor (CV), é o primeiro item a ser observado em função das tarefas que o trator deve executar e a forma como irá desempenhar. A potência a ser escolhida vai depender, portanto do tipo de implemento / operação, tipo de solo, topografia e entre outros.

Torque máximo –  Torque é definido pelo produto vetorial entre força e distância da alavanca, a unidade é o Newton metro (Nm) no sistema internacional, é o segundo item a ser analisado, no catálogo dos tratores normalmente vem com dois números e um @ entre eles, como 190 Nm @ 1500 rpm, significa que o motor desempenha um torque máximo de 190 Nm a uma rotação de 1500 rpm.

Sem títuloReserva de torque – Reserva de torque é uma característica presente e importante em tratores agrícolas. Ela representa a “elasticidade” do motor em uma operação de trabalho na qual o motor perde rotação em um esforço adicional, porém é capaz de vencer através da elevação do torque do motor. A grosso modo, quando o motor começa a perder rotação em seu trabalho o torque do mesmo aumenta até um limite na qual chamamos de torque máximo e por fim o governador (mecânico ou eletrônico) trabalha em débito máximo, veja aqui.

Transmissão – Existem no mercado vários tipos de transmissão com vários níveis tecnológicos, é um importante item porque pode facilitar o trabalho em uma operação agrícola, são desenvolvidos para facilitar as trocas de marchas. O número de marchas tem aumentado cada vez mais e possibilita maior variação de velocidade isso permite melhor trabalhabilidade do trator por oferecer mais opção para combinação de velocidade e rotação de trabalho do motor.

tractorAlimentação de ar do motor – O tipo de alimentação ajuda o motor a desenvolver mais potência, são eles Aspirado, Turbo Alimentado e Turbo Alimentado com Intercooler.

Consumo de combustível – O consumo de combustível é importante para economia a operação agrícola, a unidade de medida é litros por hora ou litros por hectare trabalhado. Para experimentos científicos é utilizado a unidade de massa ao invés de volume como, g/ha ou g/h.

Consumo específico – Diferentes operações demandam diferentes faixas de potência, por exemplo uma operação de plantio exige mais potência do que pulverizar, o consumo específico mede a relação de consumo por potência, é um parâmetro importante quando se quer comparar consumo de combustível em tratores de diferentes potências, a unidade será gramas por quilowatt hora (g/kW.h).

Estes são alguns itens importantes a serem considerado como forma de orientação. Consulte um especialista.

E o Ministério da Agricultura, como fica?

0

Após uma turbulenta eleição e agora faltando poucos dias para a nomeação da equipe econômica para o novo mandato da Presidente Dilma, há uma nuvem de incertezas estacionada sobre o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), assim como nos demais ministérios. Com informações retiradas da mídia, segue a situação do MAPA:
O atual ministro Neri Geller (PMDB-MT) disputa com a senadora reeleita Kátia Abreu (PMDB-TO). Apesar de serem do mesmo partido, há muita diferença entre seus apoiadores, o PMDB defende o atual ministro enquanto que a senadora tem “bons amigos” no Palácio do Planalto devido a um “acordo” firmado com a Presidente Dilma indicando-a para assumir a pasta caso fosse reeleita.
As diferenças não param por aí. Tanto Neri Geller quanto Kátia Abreu tem apoio de entidades de grande influência do agro.
O atual ministro que é produtor rural tem o apoio da FAMATO e APROSOJA. Porém seus dois irmãos Milton e Odair estão sendo investigados pela Polícia Federal na operação Terra Prometida, contra fraudes na concessão de áreas da União destinadas à reforma agrária, por meio de títulos emitidos irregularmente no Estado de Mato Grosso. A fraude está avaliada em R$ 1 bilhão. A assessoria do Ministério da Agricultura informou que o ministro não é alvo das investigações, mas…
A senadora que também é produtora rural e atual presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA – até o ano de 2017) tem seus afetos e desafetos. Além do apoio de Dilma e da CNA, a ABRAFRIGO e ABAG ressaltam a importância dos trabalhos e destaca a visão da senadora para o setor. Mas a lista de desafetos é extensa, a começar pela reprovação do partido devido ao seu pouco tempo de casa (pouco mais de 1 ano) e já por outros partidos (DEM e PSD). A senadora já entrou em conflito com JBS por fazer “monopólio da carne”, para o MST e ambientalistas ela é vista como um trator de esteiras derrubando árvores e puxando uma plantadeira de grãos. E para a União Democrática Ruralista, ela é vista como uma traidora por grande parte dos produtores rurais (pequenos, médios e grandes), esses que estão se mobilizando em diversos Estados da nação contra a indicação da senadora para o MAPA.
Diante dessa indecisão, vivemos a expectativa em 2015 de mais uma safra recorde e boas expectativas para o agronegócio. Um setor que em 2014 foi responsável por 40% das exportações com um superávit de U$S 74,6 bilhões, salvando e carregando a economia brasileira nas costas, mais uma vez, não pode ficar nesse impasse.
A outra dúvida que fica é: como seria com Aécio?

Simbiose agrícola – Conheça o Bradyrhizobium japonicum

0

Entenda porque as Rizobactérias são importantes para a agricultura


embrapa-soja__largeO nitrogênio sem dúvida é o macronutriente primário mais consumido pelas plantas, é um dos elemento químico de maior demanda ficando atrás apenas do Carbono, Hidrogênio e Oxigênio, estas disponíveis em abundância para as plantas. Na atmosfera o nitrogênio corresponde a 78% dos gases que as compõe, porém não são aproveitadas diretamente pelas plantas por estar em forma gasosa (N2).

O nitrogênio é um nutriente que faz parte de processos fisiológicos que ocorrem nas plantas, tais com fotossíntese, respiração desenvolvimento e atividade das raízes, formação de aminoácidos e proteínas, absorção iônica de outros nutrientes, crescimento, diferenciação celular e genética.

Na agricultura existem os adubos nitrogenados como ureia (NH2)2CO  e sulfato de amônia (NH4)2SO4 utilizados em larga escala para produção agrícola exceto para a produção de plantas leguminosas como o soja, feijão, alfafa, tremoço e entre outros, o que não significa de que estas plantas não necessitam deste elemento, muito pelo contrário, elas requerem grandes quantidades de nitrogênio, a vantagem, porém é que elas possuem uma relação simbiótica com as Rizobactérias (bactéria de raiz) que fazem a fixação do nitrogênio atmosférico tornado disponível para a planta desta forma não necessitam da adubação nitrogenada.

DSC_0035

Bradyrhizobium japonicum

Conhecido por muitos agricultores produtores de soja como inoculantes, a bactéria Bradyrhizobium japonicum são adicionados junto às sementes de soja para que a presença da bactéria seja eficiente no processo de fixação do nitrogênio. Por ser uma planta de origem asiática (Japão e China) sua rizobactéria participante da simbiose deve ser inoculada na plantação brasileira principalmente se for o primeiro ano de plantio. Os nódulos formados nas raízes indicam presença da bactéria. Resumindo, as bactérias fixadoras são importantes porque fazem parte do ciclo de nitrogênio, elas promovem a reação entre o nitrogênio gasoso e o hidrogênio transformando-o em amônia.

DSC_0095

Essa relação simbiótica entre leguminosas e bactérias já é antiga e ocorrem de forma natural. O homem apenas aprendeu com a natureza suas formas de manejo e utilização eficiente dos microorganismos. Para que as bactérias tenham condições favoráveis de vida são necessários a manutenção de matéria orgânica e a cobertura de solo.