Cana na Amazônia

0

image

Sempre ouço falar duas coisas:
1-Não existe cana na Amazônia.
2- Tem muita cana na Amazônia mas o governo omite.

Nenhuma das duas é verdade. Existe muito pouca cana na região amazônica e essa é usada ou para alimento de gado ou para fabricação de cachaça.
A cana precisa de uma época seca bem definida para que deixe de crescer e comece a concentrar açúcar. Na Amazônia essa época seca geralmente não existe, dessa forma aa plantas ficam com grande produtividade em massa de colmo mas baixíssima em açúcar.
Isso faz com que a produção de álcool e açúcar seja impossível economicamente e consequentemente sua produção fica pouco atrativa.

O verão e o risco de incêndios em armazéns

E o verão chegou! Sol e calor, todos a fim de desfrutar de uma praia e rezando para não chover. Todo mundo feliz, certo? ERRADO!

As previsões de forte calor e baixa umidade não preocupam apenas os produtores rurais, mas nós, players da logística agro industrial. O pó produzido pela fragmentação de produtos como soja, milho e açúcar são ALTAMENTE EXPLOSIVOS. Com a umidade baixa, reduz-se a energia para iniciar uma combustão. Além disso, o particulado tem maior capacidade de permanecer suspenso, aumentando a área de produto exposta ao oxigênio.

Quando armazenados à granel, estes produtos passam por uma série de equipamentos rotativos, acionados por motores elétricos. O que isso significa? Focos de calor e risco de produção de fagulhas. Um prato cheio para incêndios e explosões.

Uma medida tomada por algumas empresas é interromper suas atividades quando observadas determinadas temperatura, umidade relativa do ar, ou uma combinação de valores destas. Outra ação importante é manter os equipamentos limpos, pois a sujeira aderida prejudica as trocas térmicas e consequentemente o resfriamento de motores e rolamentos. Por fim, fornecer treinamento e equipamentos adequados para combate a incêndios minimiza os impactos financeiros, ambientais e humanos.

E evolução da logística não é só transportar mais, ou mais rápido, mas com mais segurança.

Qual é a previsão da safra 2015?

0

Colheita de soja

 

198,3 milhões de toneladas é a previsão para a safra de 2015, um aumento de 2,5% em relação à produção esperada em 2014, segundo o IBGE. Para as safras de verão é estimado um crescimento de 9% para a soja, 1,4% para o arroz em casca e 0,3% para o milho primeira safra.

Ainda segundo o instituto, o aumento esperado de 2,5% para 2015 se deve principalmente no incremento da área planta de soja (1,5%) e de 7,2% no rendimento médio da safra do grão, totalizando 7,7 milhões de toneladas a mais do que no previsto para 2014.

Descubra a fórmula mágica da agricultura sustentável

0

sustentavel_inteliagro

 

Fique atento! Mostrarei aqui a seguir qual é a fórmula mágica da agricultura sustentável.

Não, não mostrarei! Não existe fórmula mágica ou receita de bolo quando trabalhamos com sustentabilidade. O conceito de sustentabilidade é muito amplo e por conta disso não é correto adotar uma única metodologia que analise ou avalie a sustentabilidade de algum tipo de produção agrícola.

O conceito mais bem aceito nos diversos meios é que sustentabilidade é respeitar um modelo que contemple aspectos sociais, econômicos e ambientais que possa satisfazer as necessidades da geração atual sem comprometer as gerações futuras.

Na agricultura isso significa que a exploração das áreas de cultivo devem ser feitas respeitando-se esses aspectos que citei acima. Muitas vezes isso parece longe da realidade da maioria dos agricultores, mas não é bem assim. Nos últimos anos diversas técnicas e metodologias foram adotadas para reduzir os impactos ambientais da agricultura. Somando isso com segurança econômica, eleva-se a possibilidade de  respeito social.

Um dos setores mais bombardeados por ser pouco sustentável é o de cana-de-açúcar. Realmente a história da cana no Brasil contou com escravidão, extrativismo, plantation entre outras atividades deploráveis, porém com a introdução das certificações e do endurecimento das legislações ambiental e trabalhista o setor teve de mudar e os números e casos de sucesso estão mostrando que realmente há uma grande melhoria. Longe de estarem onde podem chegar, mas avançando em um ritmo interessante.

Há quem diga que a produção orgânica é a única forma de produção agrícola sustentável possível. Produzir orgânicos garante respeito ao meio ambiente, mas com a baixa produtividade não traz segurança alimentar para as próximas gerações e apenas isso já é algo insustentável. Acredito que modelos de produção mistos sejam uma saída um pouco melhor.

Afinal, é impossível chegar a um resultado que seja indiscutível sobre o que é uma agricultura sustentável, mas existem diversas boas práticas somadas a respeito à legislação e responsabilidade social que podem fazer o agronegócio evoluir muito em aspectos de sustentabilidade em poucos anos.

E para você, o que é agricultura sustentável?

Redução do safrinha 2015 no MT

0

area-plantada-de-milho-esta-comprometida-em-mt-12112014075524

A estiagem neste final de ano tem prejudicado e atrasado o plantio de soja em quase todas as regiões produtoras do país. No Mato Grosso a janela de plantio já está bem apertado e segundo a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso) o milho safrinha ficará comprometida uma vez que a janela de plantio do milho safrinha é muito apertado e requer um plantio mais antecipado possível para aproveitar ao máximo as chuvas do final do verão e do início da primavera antes do período de estiagem.

Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), publicado em boletim atualizado para a semana passada dia 6 de novembro, informa que a soja até então foi plantada em apenas 2/3 (67%) da área agrícola do estado, sendo que no mesmo período do ano passado já havia sido semeado 86% da área.

Orgânico x Hidroponico

0

111 22222

 

Traduziu-se abaixo um artigo publicado na revista americana Growing Edge, abordando a já antiga discussão entre orgânico e hidropônico. Esse debate aborda algumas diferenças entre as técnicas, mas deve-se levar em consideração que cada técnica possui suas qualidades e defeitos. Espera-se com esse artigo um visão mais critica em relação as técnicas de cultivo abordadas.
O debate entre “Orgânico” e “Hidropônico” | Lawrence Brooke Revista Growing Edge – EUA

“Há um grande debate popular sobre o valor de métodos e fertilizantes “orgânicos” e muitas pessoas gostariam de aplicar o “orgânico” à hidroponia. Os componentes de fertilizantes orgânicos aceitos comumente, dependem de organismos no solo para converter materiais “orgânicos” numa forma utilizável para as plantas.

Na hidroponia provemos diretamente os minerais requeridos para o crescimento da planta, eliminando completamente a necessidade do solo e dos organismos do solo. O resultado são taxas de crescimento, rendimento e qualidade muito maiores que os métodos orgânicos podem alcançar. Isto não é o que muitas pessoas querem ouvir, mas é simples verdade científica – e praticamente todos os educadores e cientistas dos campos de química e agricultura sabem e serão os primeiros a concordar. Na verdade, os tipos de materiais que são permitidas para uso nos termos da regulamentação de “orgânicos” não são de pureza suficiente para serem usados para o cultivo hidropônico.

Os consumidores querem comprar produtos que não estejam contaminados com produtos químicos perigosos ou venenos. Há uma crescente demanda do público por métodos que sejam gentis para o nosso delicado planeta e que não prejudiquem o solo, a água ou ecossistemas. Métodos de cultivo hidropônico se encaixam perfeitamente neste sistema de valores se usados corretamente. A hidroponia protege o solo, porque não usa o solo. Menos água é necessária para o cultivo hidropônico e, consequentemente, mais alimentos podem ser cultivados com menos água. Os fertilizantes que são utilizados para hidroponia são extremamente puros e não deixam nenhum resíduo nas frutas e vegetais cultivados.

Uma vez que tecnologias de produção hidropônica são mais eficientes do que os métodos de solo, mais pessoas podem ser alimentadas com menos área e menor impacto ecológico.”

Bom, levando-se em consideração sobre o meu ultimo post referente as vantagens e desvantagens da hidroponia (hidroponia, vantagens/desvantagens), tem-se então a vantagem que propositalmente eu não mencionei no post anterior: eficiência no uso da água. Essa vantagem é ainda mais marcante, levando-se em consideração o cenário atual do estado de São Paulo, onde o racionamento de água e uso eficiente desse recurso é prioridade. Estima-se que a hidroponia economiza cerca de 70% de água em relação ao cultivo convencional, isso ocorre pois quando se irriga o solo, uma grande parcela de água se perde, e não é utilizada pela planta, enquanto que na hidroponia trabalha-se com um sistema fechado, em que a água que não é consumida pela planta retorna para o reservatório.

Espero ter esclarecido algumas duvidas e mudado alguns conceitos. Alguma duvida ?

 

Quanto já choveu em 2014?

0

Você tem noção de quanto e onde já choveu no Brasil em 2014? Preparamos um mapa especialmente para você ficar por dentro!

chuva_inteliagro

Certificação de usinas via satélite

0

usina_inteliagro

As certificações das usinas são cada vez mais necessárias para que estejam aptas a vender para a União Européia o etanol que produzem. Existem diversas certificações hoje em dia no mercado. A UE reconhece aquelas que seguem a Diretiva Européia para biocombustíveis e são elas:

• 2BSvs (Biomass Biofuels voluntary scheme)
• Bonsucro
• Greenergy (Greenergy Brazilian Bioethanol Verification Programme)
• ISCC (International Sustainability and Carbon Certification)
• RSB (Roundtable on Sustainable Biofuels)
• RSBA (Abengoa RED Bioenergy Sustainability Assurance)
• RTRS (Round Table on Responsible Soy)

Para seguir a Diretiva, todas as certificações devem identificar o uso anterior das áreas de expansão de cana após o ano de 2008 e verificar se a legislação ambiental brasileira está sendo seguida (respeitando-se RL e APP). Para essas verificações, nada melhor do que o uso de imagens de satélite! Com imagens de satélite é possível voltar no tempo e identificar o uso anterior de todas as áreas de cana da usina. Além disso é possível mapear os corpos d’água e simular as APP necessárias para conferir se a usina respeita ou se é necessária a recomposição.

O resumo deste post é: se ainda existe alguma dúvida de que imagens de satélite são fundamentais para qualquer processo de certificação, essas dúvidas devem ser eliminadas com os benefícios que essas imagens trazem para a usina a ser certificada e ao certificador!

 

Você sabia que o Brasil importa etanol?

0

Etanol combustível.

 

Pode soar estranho, mas o Brasil importa etanol. E não é pouco. Na temporada 2014/2015 serão importados cerca de 600 milhões de litros, quase o dobro da temporada anterior. A maior parte vem dos EUA, é feito do caríssimo milho e o principal destino são as regiões Norte e Nordeste do país.

O grande responsável por esse aumento na importação foi a estiagem, que derrubou a produção nacional em 6,14% quando comparado à temporada anterior e deverá ficar na marca de 24 bilhões de litros. Segundo a UNICA, esta temporada também terminará mais cedo, o que resultará em uma entressafra mais longa.

O cenário só não é pior por conta da baixa atividade da economia que também refletiu no consumo de combustíveis. Para a próxima safra, a tendência é de que mais cana seja usada para a produção de etanol, já que os estoques mundiais de açúcar estão elevados e também há a possibilidade de o etanol hidratado recuperar sua competitividade em relação à gasolina.

 

Fonte: Exame.com

3 Motivos para Agricultura e Logística se amarem

Carregamento de açúcar ensacado em porão de navio

Hoje vou utilizar o espaço do post para esclarecer de uma vez por todas algumas questões envolvendo minha formação e minha profissão: quase que na totalidade das vezes que falo que me formei em Engenharia Agrícola e trabalho com logística ouço:

                – Mas logística? Não tem nada a ver com sua área, não é?

Nada a ver com sua área…. NADA A VER COM A SUA ÁREA?! Mas só pode ser brincadeira! Afinal, o que as pessoas acham que é logística? E como acham que o alimento vai parar na geladeira delas? Ou como a matéria-prima de combustíveis, cosméticos e remédios vai parar nas plantas das fábricas?

Eu resumiria “logística”, para estes fins, como atividades de transporte e armazenagem de produtos (seja matéria prima ou produto acabado) desde a concepção deste até o consumidor final. Cabe ainda incluir o fluxo de informação e fiscal, planejamento, controle, compras, etc.. O que isso tem a ver com agricultura? Vejamos.

Planejamento

O produto agrícola exige que todas as etapas da cadeia produtiva respeitem suas necessidades fisiológicas: umidade, temperatura e área de cultivo não são escolhidos ao bel prazer do cliente ou produtor. O plantio, manejo e colheita são programados conforme o estágio de maturação do produto e clima (um clima seco atrapalha o desenvolvimento de algumas culturas, mas favorece a colheita), e o trajeto dos implementos agrícolas deve ser desenhado de forma a otimizar tempo e consumo de combustível. O escoamento deve ser planejado para atender prazos de embarque em navios e não concorrer com o frete de outros produtos.

Transporte

Como falamos de um produto vivo, as condições de transporte devem (ou deveriam) proporcionar uma conservação mecânica e biológica do produto – refrigeração e ventilação adequados, ausência de arestas, pontas e superfícies abrasivas, vedação para evitar perda de material no trajeto, entre outros.

Modais de transporte

Os produtos agrícolas podem ser transportados a granel ou em volumes fracionados (sacas, big bags, container) e por todos os modais – rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo (flores produzidas na Colômbia, Holanda e Brasil são levadas de avião para todo o mundo!). O modal é escolhido conforme o transit time, volume a transportar e tamanho dos lotes comprados, bem como a vida útil do produto e exigências de clientes.

Armazenagem

Fora o objetivo mais óbvio de acondicionar o produto e manter suas características ótimas para consumo, a armazenagem serve de buffer – ou seja, tem o objetivo de absorver a imprevisibilidade do transporte e demanda. Além disso, como boa parte dos produtos agrícolas tem preço estipulado em Bolsa de Valores, os preços atuais e futuros determinam se o produto será vendido imediatamente ou armazenado.

Seria possível delongar a discussão por mais algumas linhas. Cada um dos aspectos citados tem uma série de particularidades para cada produto, país produtor, mercado final e época de comercialização. Por serem de baixo valor agregado, as commodities agrícolas requerem uma redução agressiva nos custos de transporte e armazenagem, bem como a redução dos prazos e volumes armazenados. ISSO É LOGÍSTICA PURA!