Palha: a nova joia dos canaviais

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Com a adoção da colheita mecânica sem queima, muito especulou-se que a palha que ficava no campo era prejudicial para o desenvolvimento dos canaviais. Alguns anos de experiência depois ficou comprovado o contrário.

A palha no solo:

  • Aumenta o carbono orgânico do solo;
  • Dificulta perdas por erosão;
  • Mantém a umidade por mais tempo;
  • Protege da compactação superficial;
  • Mantem a temperatura do solo menor e assim aumenta a atividade da microfauna.

Essas são apenas algumas das vantagens da palha ficar em campo, ainda existem diversas outras que estão sendo estudadas.

A grande questão é que além dessa grande importância para o canavial, viu-se que a palha vale muito dinheiro na conversão em energia. A energia de biomassa pode ser a grande alternativa do país para energias limpas e o melhor de tudo é que já temos o combustível para isso: A PALHA.

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Alguns estudos divulgados pela UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) em parceria com a ONS (Operador Nacional do Sistema) mostraram que existe um potencial muito grande de expansão da conversão de tonelada de cana em KWh. Isso passa pelo processo de melhoria nos equipamentos de conversão de energia e no uso da palha, não só apenas do bagaço. Neste ano em que os reservatórios das usinas hidrelétricas estão em um nível muito baixo, o valor da energia no mercado ficou altíssimo e a biomassa passou a ser muito mais valorizada e colocada na pauta de discussões de planejamento energético. Assim a palha de cana-de-açúcar tornou-se a joia do campo!

Mas nem tudo são flores. Com a supervalorização da palha como combustível para geração de de energia elétrica, muitas usinas passaram a recolher indiscriminadamente toda a palha do campo e desta forma todos os benefícios da palha em campo que citei anteriormente deixam de existir e começam a surgir problemas e erosão e compactação muito rapidamente.

Sendo assim, como já disse em alguns outros posts aqui do InteliAgro, é necessário estudar-se bastante como deve ser feita essa retirada de palha e para isso existem as universidades e os centros de pesquisa que já têm trazido resultados muito importantes para esse setor.

Será que vai chover?

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O ano de 2014 foi o mais atípico já observado por muitas pessoas em questão de chuvas. Por conta dessa seca que estende-se desde a última estação chuvosa, diversas nascentes e açudes secaram. Por conta disso a pergunta que todos se fazem é: será que vai chover?

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Na última semana o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) que é o órgão responsável pela análise meteorológica no Brasil, soltou um boletim mostrando que a região Sul terá chuvas acima da média para o período de outubro a dezembro, porém o Sudeste e Centro-Oeste ainda terão chuvas abaixo do normal.

Esperamos que as previsões possam ser alteradas em breve com melhores notícias, mas com menos chuvas nesse período mais uma safra será castigada.

Será que vai chover? Tem que chover!

Em que órgão cadastro meu imóvel rural?

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Com a chegada do CAR (Cadastro Ambiental Rural), algumas dúvidas começaram a surgir na mente dos produtores. Pelo que tenho notado, uma das mais frequentes é: em que órgão vou cadastrar minha propriedade rural?

Embora o CAR traga consigo a obrigatoriedade de colocar os limites georreferenciados da propriedade dentro de um sistema, não é o MMA o órgão que credencia imóveis rurais no Brasil. De acordo com a Lei 10.267/01 fica sob responsabilidade do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) registrar os imóveis que devem ser cadastrados na plataforma SIGEF (Sistema de Gestão Fundiária) pelos proprietários.

Ao fazer a inserção da planta georreferenciada no SIGEF, se tudo estiver correto, o proprietário recebe o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) e com porte deste documento e da quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), será possível fazer transações de compra, venda, permuta, aluguel entre outras.

Desta forma, mesmo que haja a possibilidade de cadastrar o imóvel na plataforma do CAR ou em um cartório da cidade, de acordo com a lei vigente é essencial que o cadastro seja feito junto ao INCRA para que a propriedade efetivamente cadastrada junto ao governo federal.

A curva de retenção de água no solo

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Solo umido

 

Tenho escrito neste blog nos últimos meses sobre os benefícios do manejo correto da irrigação. Dando continuidade neste tema, irei apresentar nas próximas postagens como determinar a lâmina de água a ser aplicada a partir de medidas diretas, neste caso em particular da tensão da água retida no solo.

Antes de iniciar as medições em campo, devemos caracterizar o solo no qual se encontra a lavoura que desejamos monitorar, pois cada um retém a água de maneira diferente. Determinar a curva de retenção de água no solo é um dado de extrema importância para a agricultura, pois com ela é possível estimar a quantidade de água disponível para as plantas. Evidentemente estes estudos exigem laboratórios especializados para a análise das amostras de solo, portanto segue uma recomendação de como proceder com as amostras:

  1. Identificar a área onde será realizada a instalação dos tensiômetros para fins de monitoramento da umidade do solo;
  2. Coletar as amostras de solo nas profundidades que se deseja realizar o monitoramento da umidade, que geralmente são em 15 cm e 30 cm de profundidade;
  3. Lacrar as amostras em sacos plásticos de maneira que não se deformem, identifica-las e enviar para o laboratório onde será realizada a análise;
  4. Solicitar ao laboratorista que a curva de retenção seja provida dos seguintes pontos: 0,1; 0,33; 0,50; 1,0; 3,0; 5,0; 10,0 e 15,0 bar;

De posse da curva de retenção, é possível determinar a equação da mesma por meio de uma regressão numérica, que é facilmente realizada em softwares como o Excel. Com esta equação é possível determinar a umidade do solo para uma determinada leitura de tensão e, como explicarei em outra postagem, determinar a lâmina de água a ser aplicada.

Lado bom das plantas daninhas

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Você sabe o que é planta daninha? Sabia que elas são importantes?


Plantas Daninhas

A definição clássica de plantas daninhas ou ervas daninhas diz que são todas e quaisquer plantas que crescem em local indesejado, a grosso modo são ervas que crescem voluntariamente e indesejavelmente em lavouras, jardins, pastagens e gramados de futebol, por exemplo.

Existem outros nomes e outros termos para a conceituação de ervas daninhas, conhecido popularmente também como plantas silvestres, mato e inço, elas podem ser tanto de estrutura herbácea quanto de estrutura arbórea e possuem ainda a capacidade de sobreviver em condições adversas de temperatura e umidade. Para tanto muitos consideram ervas daninhas como sendo plantas que não passaram pelo processo de domesticação e melhoramento genético, toda via, pela definição clássica plantas como milho em lavoura de soja é considerado uma planta daninha, portanto, neste caso ela (planta do milho) recebe o nome de tiguera ou plantas guachas, já que foram sobras ou perda dos grãos da colheita anterior que germinaram indevidamente na lavoura de soja.

Origem

O homem selecionou, cultivou e domesticou plantas consideradas úteis para o benefício próprio ao longo de sua história, estas plantas receberam melhoramento genético e ainda são cultivadas em melhores condições possíveis. Já as plantas daninhas sobrevivem em quaisquer tipos ambiente, seja ela hostil ou não, e teoricamente sofreram processos de seleção natural ao longo dos anos, desta forma é possível encontrar plantas daninhas em regiões totalmente adversas. Resumidamente a ação antrópica é responsável pela evolução e melhoramento tanto das plantas de cultivo quanto das plantas daninhas.

As plantas daninhas, assim como plantas de cultivo,  possuem ciclos fenológicos definidos e proliferam, cada qual, conforme as estações do ano, são característicos para cada espécie da planta daninha. É por isso que ervas daninhas que infestam lavouras de trigo (cultura de inverno) são diferentes de ervas daninhas que infestam lavouras da soja (cultivada no verão).

Importância das plantas daninhas para natureza

Plantas daninhas ou plantas não domesticadas, são importantes porque crescem em ambiente hostil, recuperam solos e iniciam a vida em ambiente degradado.

– Mas como isso ocorre?

Um solo completamente degradado, com o horizonte A (camada superficial ou camada mais fértil) totalmente removido pelo processo de erosão pluvial, ou pela remoção de solo por máquinas seria totalmente incapaz de ser cultivada sem que haja intervenção do homem para recuperação do local. Nesta condição o solo é normalmente compacto, apresenta baixa atividade biológica do solo, baixa fertilidade química e estrutura física do solo totalmente adverso com baixa taxa de infiltração hídrica e na pior das hipóteses pode-se iniciar um processo de desertificação. Neste momento se iniciam o trabalho das plantas daninhas, pois sobrevivem a estes ambientes e o trabalho de recuperação se inicia, pois:

  • Melhora a infiltração hídrica do solo – Suas raízes penetram no solo que melhoram a infiltração de água no solo;
  • Recuperação da estrutura física – Raízes fasciculadas melhoram na agregação do solo de baixo teor de argila ou de baixa capacidade de troca catiônica (CTC);
  • Proporciona cobertura do solo – Diminuem a erosividade das gotas de chuva que antes precipitavam diretamente sobre o solo, diminui a incidência solar diretamente no solo mantendo temperatura do mesmo amena, melhora na manutenção da umidade do solo;
  • Aumento de matéria orgânica – Melhora e eleva a atividade biológica co solo que consequentemente ajudam na melhoria da fertilidade química pela mineralização da matéria orgânica e melhoria na formação de agregados do solo que permitem sua estruturação;
  • Diminuição da acidez do solo – Quimicamente falando, a matéria orgânica possui efeito tamponante no solo que ajudam na neutralidade do solo;
  • Reposição de nitrogênio – Plantas fixadoras de nitrogênio através da simbiose elevam teores de nitrogênio no solo;
  • Filtros naturais em plantas aquáticas – Algumas plantas aquáticas têm poder para limpeza dos corpos d’água como a aguapé.

Por crescerem em condições adversas, ervas daninhas também indicam o que há de errado no solo, por exemplo, solo com alta infestação de guanxuma (Sida rhombifolia) pode indicar solo compactado, já em solo com elevada quantidade de tiririca (Cyperus rotundus) pode indicar solo ácido e solo com infestação de caruru (Amaranthus) indica boa fertilidade do solo com elevado teor de matéria orgânica. Muitas plantas também possuem efeito medicinal e tem importância científica.

Abrindo um parêntesis, o velcro foi inventado em 1948 por um engenheiro suíço chamado Georges de Mestral inspirado na semente de uma planta daninha que grudava em pelos de cachorro e nas roupas cuja semente foi observada em microscópio e estudada sua estrutura peculiar. A planta era o Articun, uma espécie de planta daninha que cresce na Suíça.

Veja a seguir algumas plantas daninhas:

Capim marmelada
Capim Marmelada (Brachiaria plantaginea), possui raíz fasciculada, cresce em solos pouco estruturados.
capim arroz
Capim-arroz (Echinocloa crusgalli), cresce em solos pobres e com toxicidade de alumínio.
fedegoso
Fedegoso (Senna obtusifolia), planta fixadora de nitrogênio, cresce em pastagens e capoeiras.
aguapé
Aguapé (Eichhornia crassipes), planta despoluidora de rios e lagos ocorre em águas com elevado teor de matéria orgânica.

 

A partir de então começam a crescer plantas arbustivas ou plantas pioneiras no processo de reflorestamento natural e posteriormente as árvores de grande porte entrando em equilíbrio com o ecossistema. Esse processo é  conhecido também como Sucessão Ecológica, neste caso mais precisamente seria  Sucessão Secundária. Neste processo, sem dúvida as ervas daninhas fazem o trabalho mais pesado.

Sem título

 

Entendeu? Escreva-nos.

Safra recorde de trigo no Paraná

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Deral estima que a produção de trigo no estado atingirá 4 milhões de toneladas


asO Departamento de Economia Rural (Deral), entidade ligada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do estado do Paraná, projeta uma produção recorde para o estado. Segundo a ultima atualização do dia 16 de setembro, a colheita do trigo tem apenas 29 % de sua produção colhida.

A área plantada neste ano teve aumento de 35% em relação ao ano passado devido à elevação do preço do grão que chegou a atingir valores em torno de R$ 50,00 por saca de 60 kg. Este ano a cotação está menor em relação ao ano passado devido à maior oferta do produto no mercado, hoje a cotação do trigo atinge valores abaixo de R$ 30,00 na maior parte do estado do Paraná. Os produtores esperam que a produção compensem a queda dos preços.

Este ano as chuva foram melhores distribuídas durante o ciclo da cultura, poucas porém suficientes, que contribuiu para o aumento da produtividade da lavoura que combinado com maiores áreas de plantio, foi possível obter recorde de produção. A produtividade média da lavoura deste ano foi 33% maior em relação ao ano passado, saltando do 37 para 49 sacas por hectare como produtividade média para o estado.

Estive visitando a região de Norte do Paraná e o cenário é realmente otimista com produtores tendo produtividades recordes, atingindo rendimento de até 90 sacas por hectare. A combinação de boas cultivares com chuva no tempo certo e solo de alta produtividade tornaram possíveis a boa safra.

Veja a seguir a cultura de apresentou nos últimos 7 anos no estado do Paraná:

aaaaaObserve que a área de cultivo foi aumentada e a produtividade também foi elevada, este ano portanto a perspectiva de produção será muito acima da média.

O poder de “wow” de um mapa

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Principais problemas na produção agrícola
Exemplo de mapa

É inacreditável, mas qualquer dado medíocre pode causar um “wow” ou “uau” quando colocado em um mapa.

Os mapas mexem com outros sentidos que não os habituais da assimilação humana. Sendo assim, tem muito mais chances de causar essa sensação que discutimos aqui nas pessoas.

A história mostra que mapas foram usados por séculos como elementos de dominação dos europeus. A Europa foi colocada no centro de um mapa com projeções que deixam suas dimensões supervalorizadas e isso fez com que por muito tempo ela fosse o centro do mundo politicamente.

Pessoalmente, uso mapas para tudo o que faço. Sinto que explicações de muitos minutos podem ser traduzidas em um simples mapa que conta toda a história.

Muitas informações que lidamos no dia a dia tem caráter geográfico e nem percebemos. No meio agrícola a maioria das informações são ligadas a talhões e esses estão em algum lugar. Sendo assim, eles podem estar em um mapa com a informação que estamos analisando.

Algo muito comum é buscar no ERP quais foram os talhões que mais gastaram com aplicações de defensivos. É então gerada uma tabela que mostra os valores. Mas e se fossem colocados em um mapa os gastos com os defensivos de todos os talhões? Com isso muitas vezes é possível descobrir tendências que podem revelar infestações que ainda não estavam sendo tratadas de acordo.

Mapas são ferramentas poderosas e você deveria criar mais “wow” na sua vida usando mapas!

 

Como recuperar nascentes?

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Recuperação de nascentes degradas?

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Produção de água

O Brasil com certeza é um dos países com mais abundância de água do planeta, porém o seu consumo também é elevado, o ano de 2014 está sendo marcado como um dos anos mais críticos relacionado ao racionamento de água na região da grande São Paulo em função da falta de chuva nas localidades do afluente do sistema Cantareira.

As nascentes são consideradas afloramento do lençol freático dando origem aos corpos d’águas. A perenidade de um rio ou de uma nascente dependem de alguns fatores básicos:

  • Regime de chuva;
  • Topografia
  • Dimensão da micro bacia hidrográfica;
  • Tipo de vegetação que recobre a bacia;
  • Tipo de solo da bacia.

 Entendendo bacia hidrográfica

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A bacia hidrográfica consiste em uma área determinada basicamente por uma linha chamada divisor de águas. A chuva que precipita em uma região de bacia é interceptada pela vegetação que recobre o mesmos e passa por um processo denominado o escoamento superficial, infiltração e escoamento subterrâneo em diferentes intensidades dependendo da vegetação, tipo de solo, topografia e entre outras características.

Uma boa nascente é desejável não somente a quantidade de água produzida, porém, é desejável que tenha boa distribuição ao longo do ano, dentro de uma vazão minima adequada. A bacia, portanto, não deve funcionar como um recipiente impermeável, escoando em curto espaço de tempo toda a água recebida durante uma precipitação pluvial. Ao contrário, a bacia deve absorver boa parte dessa água através do solo, armazená-la em seu lençol subterrâneo e cedê-la, aos poucos, aos cursos d’água através das nascentes, inclusive mantendo a vazão, sobretudo durante os períodos de seca. Isso é fundamental tanto para o uso econômico e social da água.

Legislação vigente

Caderno da mata ciliar, Secretaria do Meio Ambiente, SP
Caderno da mata ciliar, SP

O Código Florestal atual, Lei nº12.651/12, no seu art. 4º, estabelece como áreas de preservação permanente:

I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

Manejo

Sem títuloO manejo adequado para recuperação de nascentes d’águas consiste basicamente na conservação ou restauração da vegetação sobre a bacia com espécies adequadas e de preferência sendo nativas locais. As raízes das plantas melhoram a infiltração de água no subsolo abastecendo o lençol freático além de melhorar as características químicas, físicas e biológicas do solo. A composição de solo e raízes da vegetação funcionam com esponjas naturais que retem grandes quantidades de água e mantem a nascente viva por muito mais tempo mesmo em períodos de estiagem. A vegetação ainda  evita ou diminui o assoreamento provocado pelo escoamento superficial de águas da chuva que compromete a funcionalidade de uma nascente.

Reflorestamento correto
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Caderno da mata ciliar, SP

Combinação das espécies em manejo de reflorestamento consiste, basicamente, em combinações de plantas a serem cultivados em estádios sucessivos de cada espécies; proporção de espécies nos vários estádios sucessivos considerados no trabalho; espaçamento e densidade dos indivíduos no plantio, e estratégia usada para a implantação das espécies.

Outro critério é considerar os grupos ecológicos, considerando como as plantas naturalmente reagem no ambiente: primeiramente, nascem as espécies pioneiras que precisam de luz para germinar e que possuem hábito de crescimento rápido, em seguida são as espécies secundárias que precisam de sombra das outras árvores para crescer, estão são plantas mais robustas de madeira mais densa, são espécies que incluem as madeiras de lei. Portanto, no plantio deve-se colocar uma linha com as pioneiras e uma linha de espécies secundárias, que vão crescer devagar sob a sombra das primeiras.

Nesses tempos de seca, fique atentos às medidas de conservação!!!

O que é ETo?

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Folha orvalho

 

 

O cálculo da evapotranspiração de referência (ETo) é fundamental para a determinação de quanta água a lavoura perdeu para a atmosfera e , consequentemente, necessária para o balanço hídrico do solo. Mas afinal, o que é a ETo?

Deixando de lado as contas, ela é a evapotranspiração que ocorre em uma superfície de referência sem nenhuma deficiência hídrica, ou seja, nesta situação o vegetal está totalmente suprido de água. Esta superfície é definida como um cultivo de grama, crescendo ativamente, com uma altura de 12 cm e cobrindo toda a superfície do solo.

Evidentemente seria impraticável cada agricultor manter em sua propriedade a estrutura necessária para determinar a ETo desta maneira e , claro, o impediria de fazer corretamente a gestão dos sistemas de irrigação. Diante disso, existem outros métodos para se determinar a evapotranspiração de referência, dentre elas podemos citar:

 

  • Método de Penman-Monteith: Requer dados meteorológicos facilmente obtidos com os equipamentos adequados, como a radiação solar, temperatura do ar, umidade do ar e velocidade do vento. Resultado de uma consulta da FAO em 1990, este é agora o método padrão para o determinação da ETo, seja para o cálculo diário ou então na forma horária ( requer dados adicionais);

 

  • Tanque Classe A: Este método consiste no uso de um tanque de evaporação direta, preenchido com água. É efetuada a leitura da lâmina da água evaporada (usualmente em milímetros) e ,em seguida, esse valor é ajustado multiplicando-o pelo coeficiente do tanque (Kt) para a obtenção da ETo.

 

Depois de descrever o que é a evapotranspiração de referência, finalizo com o que considero ser a prioridade nesse tema: Precisão. A qualidade dos dados coletados para o cálculo da ETo refletem diretamente na lâmina de água à ser aplicada na lavoura. Cada milímetro aplicado erroneamente representa 10 metros cúbicos desperdiçados por hectare e, consequentemente, um enorme vazamento no caixa da sua propriedade.

4 coisas que você precisa saber se quiser usar imagens de satélite

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Se você já pensou em usar imagens de satélite com certeza deparou-se com essas perguntas:

  • Qual a resolução espacial?
  • Qual a resolução espectral?
  • Qual a resolução temporal?
  • Qual a resolução radiométrica?

Essas são as características básicas que diferenciam imagens de satélite. Cada uso exigirá coisas diferentes e consequentemente existirá uma imagem melhor para cada um deles.

No mundo agro temos diversas necessidades diferentes, por exemplo:

Um grande pecuarista precisa monitorar suas pastagens para identificar qual o período ideal para a rotação das áreas. Ao mesmo tempo ele gostaria de identificar todos seus animais em campo a cada seis meses e também controlar as áreas de APP e reserva legal para certificar-se que está seguindo a lei ambiental.

Neste caso para cada uma dessas necessidades vai ter uma imagem que encaixa melhor. Irei explicar como identificar isso respondendo as perguntas do começo do post:

O que é resolução espacial?

A resolução espacial, ou popularmente traduzida por “tamanho do pixel”, é a unidade mínima que o sensor é capaz de captar para a imagem. Os satélites atuais possuem resolução espacial que variam de alguns centímetros até alguns quilômetros. As resoluções de centímetros são utilizadas para monitorar alvos pequenos. No caso do problema do pecuarista seriam indicadas imagens com alta resolução espacial (pixel < 1m) para monitorar o gado no campo.

O que é resolução espectral?

A resolução espectral quer dizer quantas faixas do espectro de luz o sensor é capaz de captar. Quanto maior for a resolução, maior será o número de bandas e assim será possível verificar mais variáveis que não aquelas que estão presentes na faixa do visível, ou seja, a que enxergamos. As imagens mais conhecidas hoje em dia (as que estão no Google Maps) tem apenas três bandas (vermelho, verde e azul), porém para monitorar vegetação é necessário ter algumas outras bandas da faixa do infravermelho. Mais uma vez no caso do pecuarista seria necessária uma imagem que tivesse as bandas do infravermelho próximo e médio para analisar a condição das pastagens. Essas bandas conseguem traduzir vitalidade das plantas e estresse hídrico.

O que é resolução temporal?

Resolução temporal é o tempo necessário para que o satélite volte a imagear exatamente a mesma região do globo. Imagear todos os dias a mesma região do globo é essencial para monitoramentos. Geralmente os satélites levam de 24 horas  a quase um mês para imagear a mesma área. No caso do pecuarista ele apenas irá precisar de alta resolução temporal (imageamento diário) para monitorar a condição das pastagens e ter como programar para onde o rebanho será levado.

O que é alta resolução radiométrica?

A resolução radiométrica diz respeito ao formato que o sensor salva a imagem digitalmente. O número de bits de cada pixel da matriz (imagem) é responsável por uma maior diferenciação de alvos. Uma resolução usual é a de 8 bits. Desta forma existirão 2^8 diferenciações por pixel, ou seja, o valor irá varia de 0 a 255 tons. Alta resolução radiométrica traz uma maior “nitidez” à imagem. No caso agrícola e do pecuarista com uma maior resolução radiométrica seria possível identificar maior variabilidade de crescimento de plantas em pequenas unidades ( talhões ou piquetes).

 

Sabendo responder essas 4 perguntas você estará pronto para identificar qual é a melhor imagem para você. Ainda precisa de ajuda? Me escreva!