Você acha justo a agricultura sustentar o PIB brasileiro?

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Este post não tem nenhum intuito de gerar polêmica, apenas de fazer uma reflexão. Durante o último ano e agora com o anúncio do PIB do primeiro trimestre de 2014, foi possível observar que enquanto a indústria despenca e o setor de serviços fica estável, a agricultura tem contribuído com crescimentos consideráveis para a média geral.

Por exemplo, no primeiro trimestre de 2014 o PIB brasileiro cresceu 0,2% enquanto a parcela do agronegócio cresceu 3,6%. Esses números devem-se a diversos fatores, porém, principalmente ao avanço tecnológico e ganho de produtividade no campo. O ponto em questão é: porque a agricultura continua sendo vista como vilã enquanto é o setor de maior destaque para potencial de crescimento no país?

Diversos setores da sociedade criticam o agronegócio por gerar situações de trabalho inadequadas, por concentrar terras, por acabar com a biodiversidade, por exportar recursos brasileiros com baixo valor agregado entre outras coisas que já ouvimos falar. Em diversas situações, essas afirmações estão certas, porém é preciso ver o que o setor tem feito para amenizar esses problemas e ainda assim tem mantido a competitividade no mundo.

O Brasil é o único país no mundo com terras disponíveis para expansão agrícola sem que uma árvore sequer seja derrubada e sem que exista risco climático. A vocação para o agro que o país tem é evidente quando acompanhamos os ganhos em produtividade e a resiliência do agricultor a diversos impactos negativos. Ser um grande produtor mundial de produtos agrícola, sejam eles para alimentação humana, animal ou para energia não é demérito algum para um país. As vezes parece que se assumirmos a postura de grande produtor agrícola seremos comparados ao Chico Bento e sua turma.

Além disso, a saída de diversos governos têm sido apoiar o setor industrial em períodos de crise e mesmo assim a agricultura é o setor que apresenta os melhores resultados e pautados em exportação, não em ajuste do mercado interno devido ao choque na economia.

Enfim, eis aqui o ponto principal de reflexão: a população brasileira no geral e os governos têm motivos para comemorar o crescimento do PIB agrícola? Será que a agricultura recebe o respeito que merece? Ainda não sei responder essas perguntas, talvez você possa me ajudar! Escreva para mim!

As causas do efeito chicote na logística

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Conforme prometido, abordaremos hoje algumas causas do “Bullwhip Effect” – o “Efeito Chicote”, para posteriormente tratarmos de consequências e medidas preventivas. (Se o termo lhe parecer estranho, não deixe de acessar o post sobre o fenômeno na página da InteliAgro!)

No primeiro post foi apresentado um exemplo simples de como variações na demanda no nível do consumidor final pode propagar-se de maneira catastrófica na rede de suprimentos – e note que tratou-se de apenas um único produto e apenas um player de cada setor da rede. Na prática, o grande número de produtos, varejistas, distribuidores, fabricantes e fornecedores, além de uma demanda e preços sujeitos a fatores externos à rede agravam ainda mais os impactos do Efeito Chicote. Analisemos possíveis causas.

Se olharmos novamente para a Tabela de demandas do exemplo, lembramos que ao perceber uma variação na demanda, o nível precedente não incrementa seu pedido apenas na quantidade suficiente para atender a demanda: ele percebe (um aumento consistente e faz um pedido grande o suficiente para elevar seus estoques. O problema é que esse “aumento” é percebido de maneira distorcida pelos elos da rede conforme caminhamos no sentido do Fornecedor.

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Portanto, a falta de transparência ou ineficácia na troca de informações de demanda favorece a formação do Chicote.

Mas e se um dos elos  optar por deliberadamente “esconder” a sua demanda real do elo anterior? Essas situações são mais comuns do que se imagina:

  • Compras em lotes maiores para baratear custos de transporte
  • Compras de grandes quantidades para ganhar poder de barganha de preços
  • Pedidos acima da necessidade real para compensar um desempenho insatisfatório do elo precedente

Essas estratégias podem baixar os custos no ato da compra, rendendo a algumas pessoas elogios e bônus. Funciona em uma compra pontual – por exemplo, um escritório compra um grande lote de cadeiras para renovar toda a sua mobília – mas não é recomendável quando se tem uma rede de fornecimento – um fluxo contínuo, ou seja, a empresa que fabrica os móveis não deve comprar um lote gigantesco de madeira sem esclarecer sua estratégia ao fornecedor.

Mais causas? Que tal as promoções? Você vai ao supermercado querendo comprar uma singela lasanha congelada para preparar uma refeição rápida. Ao chegar na gôndola, se depara com uma promoção “Leve 3 pague 2” e decide então comprar meia dúzia de lasanhas. Provavelmente você não vai voltar a comprar lasanhas tão cedo – provavelmente passará meses sem poder lembrar-se do sabor delas – mas o fabricante das lasanhas não sabe disso: ele só enxerga que o supermercado vendeu muitas lasanhas, o que parece indicar um aumento do consumo.

Podemos citar por fim os atrasos na disponibilidade de um produto por conta de embaraços aduaneiros, burocracia de compras e vendas e problemas de transporte quando opta-se por um fornecedor instalado fisicamente em um local muito distante: outra cidade, país ou continente. Conforme aumenta a distância e complexidade dos fluxos de material e informação, maiores os riscos de atrasos e faltas, o que força o comprador a tomar medidas já citadas anteriormente, ou mesmo optar por um fornecedor “spot”.

Mas vamos tratar disso quando falarmos das consequências do “Efeito Chicote”.

Os conceitos aqui expostos são aborados por CORREA, H. L., no livro GESTÃO DE REDES DE SUPRIMENTOS, Cap 8, pag233 à 235 Editora Atlas

Vendas de máquinas agrícolas recua 17,7% – Anfavea

ty1x2nzdqt0A associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgou no início deste mês (5/6) que as vendas de máquinas agrícolas de maio tiveram retração de 17,7%, em relação ao mesmo período do ano passado. Neste ano até maio as vendas de máquinas atingiram a quantia acumulada de 27.119 unidades contra 33.769 unidades de janeiro a maio de 2013, queda acumulada de 19,7%.

A produção de máquinas agrícolas também recuou em relação à maio do ano passado, retração de 10,5% na produção. Para a produção acumulada deste ano também recuou comparado aos mesmos meses do ano passado atingindo 13,7% de queda com o montante de 34.553 unidades de máquinas produzidas.  O objeto deste estudo incluem somente máquinas agrícolas automotrizes, entre eles, tratores de rodas e de esteiras, colhedoras, cultivadores automotrizes e retroescavadeiras.

A queda nos números também repercutem tanto para valores monetários gerados na exportação destes bens, US$1,3 bilhões acumulados de janeiro à maio deste ano, quanto em unidades de máquinas exportadas, fato associado à diminuição do volume de pedidos e vendas. Por outro lado, a tendência da venda de máquinas segundo a série histórica tende a aumentar até o mês de outubro onde normalmente ocorrem o maior número de vendas no ano, embora os números tenham sidos inferiores em relação ao ano passado ela ainda é superior em relação à 2012. As altas na agriculturas nos últimos anos têm aquecido a economia neste setor e funcionado como locomotiva para puxar as demais, este ano, porém, ao que foi constatado até aqui, muitos empresários do setor já estão com sua frota renovada diminuindo o volume de vendas até o momento, toda via isso não significa que o setor de máquinas sofrerá um arrefecimento drástico, mas a questão é que o ano de 2013 pode ser considerado um ano positivamente atípico.

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Convertendo penas em fertilizantes

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Encontrar uma maneira de reutilizar um resíduo é bom, mas para dois é melhor ainda. Anualmente, a avicultura descarta milhões de toneladas de penas que são enterradas e levam décadas para serem degradadas. Entretanto, combinando elas com outro vilão moderno, o CO2, é possível produzir um fertilizante escasso.

O pesquisador Changle Chen, da University of Science and Technology of China e outros colegas descobriram que aquecendo as penas de aves por 3 horas em uma atmosfera rica em CO2 e a 600 °C é possível criar subprodutos muito úteis. O primeiro é o bicarbonato de amônio, um fertilizante que quando aquecido libera amônia, ingrediente necessário na produção da ureia. O segundo subproduto é a microesfera de carbono, com inúmeros usos na indústria eletrônica.

A tecnologia ainda é experimental, mas a prova de conceito é fundamental no desenvolvimento de plantas de conversão destes resíduos. O Brasil é, atualmente, um dos três maiores produtores de aves do mundo e  o maior exportador desta carne. A implementação destas novas tecnologias no processo produtivo é responsabilidade de profissionais como nós, visando manter o a cadeia do agronegócio competitiva no cenário global e atendendo as crescentes exigências ambientais dos mercados consumidores.

O que é um “shapefile”?

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Aposto que se você está lendo esse post já deve ter ouvido essa palavra e não sabe o que é, né?

Shapefile (.shp) é a extensão criada pela ESRI (Empresa que produz o software ArcGIS) para seus arquivos vetoriais espacializados. Esses arquivos vetoriais são linhas, pontos e polígonos que podem ser utilizados dentro de SIGs(Sistemas de Informação Geográfica).

Este formato se mostrou o mais popular e todos os SIG leem ou gravam shapefiles. É algo parecido com planilhas: todos os softwares que trabalham com planilhas aceitam a extensão do MS Excel.

Para agricultura esse tipo de arquivo ganhou mais importância com a regulamentação do CAR (Cadastro Ambiental Rural). Para fazer o upload dos limites da propriedade será necessário ter esse tipo de arquivo. Se você tiver dúvidas de como fazer isso, me escreva!

Onde utilizo o que aprendi sobre frequência natural nas aulas de engenharia?

Você já se perguntou o que fazer com os conteúdos que aprendeu na aula de engenharia?

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Na engenharia agrícola, assim como em qualquer outra engenharia os mecanismos de máquinas e equipamentos são todas fundamentadas em princípios físicos.  Quem não se lembra dos assuntos de frequência natural  amortecida / não amortecida / forçada com equações de primeira e segunda ordem, transformada de La Place, função transferência, entre outros? Não entraremos no mérito matemático, mas atualmente para a engenharia agrícola principalmente no processo de colheita mecanizada utilizando o princípio físico da vibração, este assunto é muito recorrente  como por exemplo na colheita mecanizada de café.

Neste processo de colheita é importante que se conheça a frequência e amplitude ideal para o qual o fruto (grãos) se desprendem do seu pedúnculo causando um mínimo de dano à planta. Para a máquina, é importante que se conheça a frequência natural dos materiais (determinada pela rigidez e massa) a partir de uma excitação a fim de que o objeto vibre (reverbere) a planta ou os galhos de tal forma que o fruto possa se desprender o mais rápido possível. Na engenharia muitas coisas são feitas experimentalmente porém é muito importante que se conheça os princípios físicos envolvidos para iniciar um projeto, portanto, não é a toa que tínhamos tantas disciplinas que achávamos que não serviriam para nada, mas são essenciais no mercado de trabalho! Então, pense bem antes de matar as aulas.

Gostaria de saber mais sobre o assunto? Escreva nos.

Agricultores rendem-se ao Facebook

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Os resultados da “6ª Pesquisa Comportamental e Hábitos de Mídia do Produtor Rural Brasileiro” encomendada pela  Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio (ABMR&A) são no mínimo curiosos para grande parte da sociedade. Enquanto muitos pensam que os agricultores não acessam internet ou não ligam para a tecnologia, o estudo mostrou que para 39% dos agricultores a internet é o principal meio de informação, ultrapassando jornais, revistas, televisão ou rádio. E desses 39%, 93% dizem usar o Facebook para buscar informações.

Desta forma, cada vez mais é necessário ter responsabilidade e geração de conteúdo no uso desta ferramenta. Para a InteliAgro, o principal meio de divulgação é o Facebook [https://www.facebook.com/Inteliagro]. Nós acreditamos que podemos levar informação para o agricultor de maneira leve, responsável e consciente.

E você? Pensava que a única ligação entre o campo e o Facebook era o Farmville? Confira nossa página!

Como seguradoras rurais podem verificar 100% das suas áreas?

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Hoje em dia a legislação obriga que laudos para pagamento de seguros rurais sejam feitos por agrônomos credenciados. Estatísticas mostram que existem profissionais credenciados em número suficiente para vistoriar apenas 1% de todas as propriedades que recebem financiamento ou são seguradas. Desta forma como dar mais garantias às seguradoras de que realmente as áreas são produtivas ou não?

Com um monitoramento via satélite é possível responder perguntas importantes:

  • Foi realmente plantado?
  • Quando foi plantado?
  • Qual cultura foi plantada?
  • Quando foi colhido?
  • Quanto é o potencial de colheita daquela área?

Criando-se uma aplicação que considere as condições regionais é possível que em apenas um clique as seguradoras possam ter informações de cada uma das propriedades e ter muito mais segurança para liberar financiamento.

Nessa imagem é possível ver as propriedades classificadas de acordo com algum critério pré-definido. Desta forma, ao invés de visitar todas as propriedades, pode-se fazer um filtro de quais são as que exigem maior cuidado.

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O produtor também ganha com este monitoramento uma vez que pode ser confirmado que ele já produz naquela área uma determinada quantidade por um determinado período de tempo. É possível dar mais objetividade e suporte técnico aos relatos.

 

 

Como foi a evolução da agricultura de precisão em pulverização?

DSC_0105O sistema de pulverização tratorizado começou com a necessidade de se controlar pragas e doenças a medida em  que áreas de cultivo se tornaram cada vez maiores bem como com a intensidade com que tais pragas causavam prejuízos ao produtor. Uma das partes mais difíceis na pulverização em seus primórdios foi quanto à qualidade e precisão na aplicação.

A dificuldade na pulverização por barra é saber onde já foi aplicado, a olho nu é quase impossível perceber a faixa de aplicação causando remonta ou faixas não aplicadas, atualmente os pulverizadores mais modernos norteados por sistemas georreferenciados, mas como ocorreu a evolução dos métodos de pulverização?

1 – Inicialmente os agricultores tinham suas demarcações para pulverização através da contagem do número de ruas, dependendo da largura da barra e do espaçamento da cultura o operador saberia o número de ruas para realizar a nova pulverização.

2 – Marcação por bandeiras, semelhante ao sistema de aplicação aérea, as bandeiras ou estacas são colocadas no início e ao final da rua para a demarcação da faixa de pulverização, balizado pelas bandeiras o operador trabalha com pulverização em linha reta.

3 – Marcação no solo, este tipo de marcação é realizada por 2 tratores e uma cabo de aço, o cabo de aço com o comprimento igual à largura da barra é acoplada à parte traseira do primeiro trator com a parte dianteira do segundo trator e este possui um escarificador que faz os riscos no solo, o primeiro trator percorre a linha já demarcada e com o cabo de aço esticado pelo segundo as marcações são feitas em paralelo.

4 – Barra de luz, com sistema georreferenciado dotado de satélites, antenas e receptores a barra de luz funciona com um guia que indica o traçado pela qual o operador deve percorrer.

5 – Piloto automático, este é uma evolução da barra de luz, porém já não é mais o operador quem segue a barra de luz, existe um controle eletro hidráulico que faz esta função, o operador realiza as manobras na saída e entrada do talhão o restante fica por conta da eletrônica.

DSC_0008 Na aplicação com sistema georreferenciado o sistema faz a leitura dos locais já aplicados e quando a pulverizador entra em uma região já aplicada o controlador fecha a aplicação automaticamente garantindo alta precisão na aplicação com baixo índice de remonta e faixas não aplicadas, em termos de agricultura a tecnologia de aplicação é uma das operações com elevado nível tecnológico. Gostaria de mais detalhes? Entre em contato.

Roberto Rodrigues na UNICA, último fôlego para o setor?

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Foto Revista Veja
Foto Revista Veja

No último dia 20/5 em assembleia a UNICA aprovou o nome de Roberto Rodrigues para a presidência do conselho deliberativo. Em meio a maior crise do setor dos últimos vinte anos, o nome de Rodrigues surge como uma nova esperança para as usinas.

Roberto Rodrigues é um dos nomes mais respeitados do agronegócio brasileiro. Presidente da Lide Agronegócio, coordenador do Centro de Agronegócios da FGV e um dos mais célebres ex-ministros da agricultura, traz consigo experiência suficiente para influenciar novas políticas para alavancar o setor de açúcar e álcool.

Durante o governo Lula, Rodrigues foi um dos maiores defensores do etanol e foi quem fez o ex-presidente acreditar nos biocombustíveis. Com isso Lula levou ao mundo a segurança que o Brasil seria um ótimo fornecedor de biocombustíveis. Com isso houve o advento dos motores flex e uma explosão na produção brasileira de açúcar e principalmente de etanol.

Quando o setor estava pronto para o próximo passo que era abolir a colheita com queima, veio a descoberta do pré-sal e o governo que apoiava os combustíveis renováveis, passou a apoiar a exploração do petróleo e uso de seus derivados. Atrelado a isso veio o congelamento do preço da gasolina para frear a inflação e ao mesmo tempo queda na produtividade da cana pelo uso de colheita mecanizada. Todos esses fatores juntos fizeram com que as usinas que tinham se endividado no cenário positivo, não conseguissem pagar as mesmas no cenário atual e assim uma grande crise está formada e assolando o setor.

Rodrigues assume em meio a essa crise e embora tenha sido ministro no governo PT, não poupa críticas à política de Dilma. Em recente entrevista ao jornal “O Tempo” de Belo Horizonte, ele diz que Dilma não gosta do setor porque além de prejudicá-lo não quer nem ao menos dialogar com o mesmo. Ressalta ainda que o setor perdeu 50 mil empregos nos últimos 5 anos e que apenas vontade política pode salvá-lo porque é impossível competir com o preço atual da gasolina e ainda ter valores diferenciados de ICMS para o etanol em cada estado.

Trabalho no setor de cana-de-açúcar há três anos e vejo que realmente a situação já passou do nível crítico. Juntamente com a esperança política e administrativa que Roberto Rodrigues traz, o setor tem que investir em novas tecnologias para produzir mais com menos perdas. Tenho certeza que existem grandes oportunidades e que o setor irá resistir a mais essa crise. Esperamos que seja com poucas feridas.