Não, esse não é um posto sobre remédio pra gases ou iogurtes pra soltar o intestino. Um container “estufado” é um container que recebeu a carga a ser transportada. Além de “estufagem”, pode-se chamr o processo de “ova” ou “carregamento”, entre outros termos. Mas a estufagem não é um mero acondicionamento de carga sem qualquer planejamento ou método: procura-se buscar por um lado a eficiência no uso do espaço, e por outro o respeito a limites de capacidade de carga.
Um bom exemplo é a estufagem de açúcar ensacado. As sacas padrão tem 50 Kg, e um container de 20 pés, ou 01 TEU (não sabe o que é “TEU”? Clique aqui!) são acomodadas 540 sacas, totalizando 27 toneladas. As sacarias são sobrepostas como “tijolos”, formando uma espécie de “amarração” que impede que a pilha se desfaça. Mas os cuidados na estufagem não se limitam à disposição da carga: cada segmento possui exigências e padrões de qualidade no acondicionamento de produtos. O container de açúcar por exemplo é revestido internamente por papel próprio de embalagens e não pode conter aquelas marcas botinas de segurança suja de terra no piso (viu só? não é só sua mãe que fica louca com sapatos sujos de terra..)
É possivel estufar um container com praticamente tudo: granéis, tambores de líquidos, caixas, bobinas, pallets e até carros! Tudo depende da capacidade estrutural do container e da tecnologia para a estufagem e descarregamento (experimente descarregar um punhado de longarinas que que soltaram do pallet e se esparramaram pelo container. É ruim, acreditem).
O container pode ser estufado diretamente sobre um veículo ou sobre o piso. No segundo caso, é preciso um equipamento específico para colocá-lo sobre um caminhão ou vagão: uma reach stacker. É um equipamento grande, pesado, potente, e que consome horrores de diesel. Mas sua precisão ao manusear essas “caixinhas” de 30 toneladas é formidável. Mas a Reach stacker tem um limite de altura de empilhamento de containers.
Então você se pergunta “Como um container vai parar lá em cima do convés de um navio?” Vamos analisar o fluxo das “caixinhas” no próximo post…