Quebra-vento, uma prática esquecida para os dias atuais
Boas práticas agrícolas
Na agricultura moderna, principalmente na produção de grãos, as áreas agrícolas têm aumentado significativamente e algumas práticas agrícolas importantes têm ficado para trás, a utilização de quebra vento é uma delas.
Os sistemas aerodinâmicos de quebra-ventos são uma técnica importante para o controle do microclima e proporcionam melhorias nas condições ambientais; com reflexos nas produtividades agrícola e pecuária. Algumas doenças vegetais, também são controladas eficientemente com a instalação dessas estruturas, que também produzem matéria prima florestal e embelezam a paisagem.
A importância dos quebra-ventos já foi reconhecida há muito tempo nos EUA e na Rússia com numerosos experimentos deste sistema, no Brasil pouco se tem estudado o potencial desta prática.
Efeitos do vento
O vento têm influência direta nas plantas e no solo em alguns aspectos:
- Transpiração;
- Absorção de CO2;
- Ação mecânica nos caules e nas folhas;
- Ações polinizadoras;
- Propagação de doenças;
- Erosão eólica;
- Maior ação na perda de umidade do solo.
Estas ações dependem da velocidade e intensidade do vento que atuam na lavoura. A temperatura da massa de ar pode estimular a evapotranspiração cuticular e estomática em níveis compatíveis com o metabolismo da planta, regulando a assimilação fotossintética e a respiração. Quando a temperatura é muito alta provoca excesso de evapotranspiração causando rápida perda d’água, alta respiração, baixa eficiência no processo de fotossíntese, e consequentemente reduz a produtividade da cultura.
As ações mecânicas do ventos intensos prejudicam a cultura por que podem provocar danos físicos nas folhas, caules, flores e frutos e até mesmo provocando a queda nos mesmos. Outro efeito indesejável é o acamamento (deitamento) da cultura independente do estágio da planta, porém, ela é mais evidenciado em estágio adulto aumentado os prejuízos da cultura. O acamamento é muito comum em culturas mais altas como cana-de-açúcar e milho mas acontece também em soja e trigo.
Uma cultura acamada causam queda na produção, seja quando esta ainda não atingiu a maturidade, seja por dificultar a colheita mecânica.
Quanto à erosão eólica, os ventos fortes podem carregar partículas de solo e nutrientes importantes do solo quando o mesmo se encontra seco e sem cobertura de superfície, podendo agravar ainda mais em sistemas de plantio convencional cujo material encontra-se em estado desagregado resultante da ação de máquinas e implementos.
Estudos mais recentes têm apontado a redução direta no desempenho da planta, os estudos foram constatados em ventos contínuos acima de 10 km/h:
- Redução do crescimento e atraso no desenvolvimento;
- Internódios menores e em menor número;
- Nanismo da parte aérea;
- Menor número de folhas;
- Folhas grossas e menores;
- Menor número de estômatos por folha e de menor tamanho.
Quebra-vento
Os quebra-ventos têm por finalidade conter a ação maléfica do ventos intensos na lavoura. São denominadas quebra-ventos qualquer formas de defesa contra o vento, consistem normalmente por meio de faixas de barreiras compridas e estreitas, orientadas perperdicularmente à direção dos ventos dominantes. Os materiais utilizados são os mais variados, desde barreiras mortas como cercas, paliçadas, porém as mais utilizadas são barreiras vivas formadas por fileiras de árvores e arbustos.
Os estudos para quebra-ventos mais densos têm apresentado alguns aspectos importantes. A redução da velocidade do vento e sua abrangência dependem da altura máxima da barreira. A ilustração abaixo indica a velocidade do vento em função da distância em relação à barreira:
- Altura da barreira ⇒ 11 metros;
- Velocidade do vento 20 km/h
- Distância ao ponto 8H ⇒ 8 x 11 metros = 88 metros;
- Velocidade ao ponto 8H ⇒ Entre (20 km/h x 0,5 = 10 km/h) a (20 km/h x 0,25 = 5 km/h);
A distância entre fileiras de quebra-ventos recomendada deve ser entre 15H a 30H dependendo da direção do vento em relação às barreiras.
Existem alguns cuidados a serem observados em relação aos quebra-ventos:
- Competição por água e nutrientes se não for bem manejado;
- Sombreamento da cultura;
- Custo de implantação elevado;
- Reduz área útil de cultivo;
- Tempo entre 5 a 10 anos para se tornar efetivo.
As principais vantagens são:
- Redução de derivas para a aplicação de defensivos;
- Redução da transpiração das plantas;
- Redução da disseminação de doenças;
- Redução de erosão eólica;
- Redução da perda de umidade do solo;
- Aumento da produtividade;
Fique atento às boas práticas de manejo, consulte um especialista.
Parabéns, muito interessante! ?